O Hobbit de J. R. R. Tolkien
O Hobbit de J. R. R. Tolkien
Começar um post é sempre algo intrigante para mim. Não sei se hei de começar duma forma directa, se com uma saudação ou até se duma forma mais original... Hoje comecei assim, amanhã encontrar-me-ei novamente com esta questão.
Hoje é o Dia Mundial do Teatro, e porque a dramaturgia não é mais do que a Literatura em movimento, este dia não podia deixar de ser assinalado neste blog.
Quantos de nós não leram já uma peça de teatro como se dum romance se tratasse? Eu já li e certamente muitos de vós. É lógico que não se lê um drama como se lê um romance... são coisas diferentes e não devem ser tratadas como iguais. Aliás, penso que o comum dos leitores não investe muito do seu tempo a ler uma peça de teatro. Se encontrar algum charme especial neste género literário provavelmente irá frequentemente ao Teatro, enquanto espectáculo, e apreciará a obra olhando para o palco, ao invés de olhar para o livro.
Mas existem leitores que têm um gosto especial pois, como dizem não gostar de ler (ou não gostam mesmo), quando são forçados a ler algo escolhem uma teça de teatro. É menos maçador, dizem eles, e lê-se mais depressa. Não hajam dúvidas de que a ausência de descrições e narrações dá à obra uma objectividade e clareza únicas, mas penso que é muito melhor apreciar cada descrição e viver as narrações como se fossemos nós as personagens.
Mas este dia serve para assinalar o teatro de palco e não o de livro. Refere-se ao espectáculo, à vida que nele encontramos. E é essa a grande magia do teatro, feita pelos actores! Pegar num simples papel, em simples palavras e dar-lhes alma, dar-lhes vida, dar-lhes cor. Haverá algo tão especial?
O teatro permite ao comum dos mortais fazer algo fantástico: ser outras pessoas! E sabe tão bem encarnar a personagem e viver outra vida que não a nossa! É como brincar, mesmo sendo adulto, e embora o profissionalismo também seja algo importante, não o é menos o facto de ter de haver paixão para se trabalhar em teatro.
O Teatro é uma arte de que pouco usufruo, mas reconheço o seu valor e acho fantástico faze-la.
Vivam o teatro e viva o teatro!
É incrível como o tempo que dedicamos ao lazer passa depressa. Daqui a pouco já é noite, mas tenho como compensação o facto das férias continuarem nos próximos dia. É essa a palavra: Férias!
Não vou continuar a falar da minha sorte, pois sei que há quem não tenha a mesma. Mas é que o post de hoje é comemorativo, por sorte é certo, mas comemorativo. Por puro acaso reparei ontem que este, este mesmo, é o centésimo post que publico aqui no blog. Não vou abrir uma garrafa do meu melhor vinho ou decorar a casa com balões e muito menos mandar encher os céus de fogo de artifício. Vou apenas assinalar este número indicando os que, para mim, são os 10 posts mais representativos do blog.
Não será um best of pois acho que não devo ser eu a dizer quais os melhores (se os houver), será antes uma lista dos 10 posts que me parecem mais indicadores do que este blog faz e do que é, qual cartão de visitas. Será também um indicador da evolução da minha escrita (se a houver também) já que estará por ordem de publicação. Enfim, será o que acharem que é.
Simplesmente... O Código de Saunière
Saliento o facto de, nesta lista não constar um único post dos ditos “inquéritos” uma vez que estes post têm, por si só, um carácter mais erudito e artístico, estando escritos, a maioria, em género de crónica pessoal. São, regra geral, os meus preferidos e como já têm lugar especial no blog (através da lista de links) não achei oportuno coloca-los.
Foi uma forma simbólica de assinalar este centésimo post. Espero, agora, poder vir a fazer, daqui a cem posts, uma lista com 20 posts interessantes, de preferência mais do que estes.
Da minha parte prometo continuar a dedicar algum do meu tempo a este blog e tentar fazer dele algo melhor do que é. Porque acredito que um blog sobre livro também tem o seu interesse, continuarei por cá até quando me parecer digno e enquanto puder.
Não posso, contudo, acabar este post sem agradecer a todos aqueles que por aqui passaram e que deram sentido a esta centena de textos.
A todos vós um muito obrigado e, como não podia deixar de ser, Até Breve e Boas Leituras!
Ler é o maior pilar na construção duma personalidade, por isso lê! Um blog sobre livros e afins sempre pronto para dar vida à literatura.
E porque ainda se respira poesia, graças ao dia de ontem, deixo-vos aqui um poema que nunca me canso de ler. Pode não ser o com maior expressividade ou o mais erudito, mas é, para mim, imensamente belo.
Já não têm desculpa para não lerem um poema...
Viver sempre também cansa.
O sol é sempre o mesmo e o céu azul
ora é azul, nitidamente azul,
ora é cinzento, negro, quase-verde...
Mas nunca tem a cor inesperada.
O mundo não se modifica.
As árvores dão flores,
folhas, frutos e pássaros
como máquinas verdes.
As paisagens também não se transformam.
Não cai neve vermelha,
não há flores que voem,
a lua não tem olhos
e ninguém vai pintar olhos à lua.
Tudo é igual, mecânico e exacto.
Ainda por cima os homens são os homens.
Soluçam, bebem, riem e digerem
sem imaginação.
E há bairros miseráveis sempre os mesmos,
discursos de Mussolini,
guerras, orgulhos em transe,
automóveis de corrida...
E obrigam-me a viver até à Morte!
Pois não era mais humano
morrer por um bocadinho,
de vez em quando,
e recomeçar depois,
achando tudo mais novo?
Ah! se eu pudesse suicidar-me por seis meses,
morrer em cima dum divã
com a cabeça sobre uma almofada,
confiante e sereno por saber
que tu velavas, meu amor do Norte.
Quando viessem perguntar por mim,
havias de dizer com teu sorriso
onde arde um coração em melodia:
"Matou-se esta manhã.
Agora não o vou ressuscitar
por uma bagatela."
E virias depois, suavemente,
velar por mim, subtil e cuidadosa,
pé ante pé, não fosses acordar
a Morte ainda menina no meu colo...