O novo ano ainda há pouco chegou e no ar já corre o espírito duma nova etapa onde podemos recomeçar a viver, qual fénix entre as cinzas. Este renascimento nada mais é do que o desabrochar duma flor depois duma noite sem luz, noite essa que acabou com um dia luminoso e que dá início a outro ainda mais resplandecente, um dia pronto para ser explorado e vivido intensamente.
Este espírito que corre entre nós dá-nos forças para encarar mais um ano, e atinge cada um de nós de diferentes formas, no entanto, está lá...
De diferentes formas actua também o Natal, essa inigualável época que transpira fantasia, qual amuleto mágico que nos dá alento à mente, como um fogo de dragão que aquece e derrete o gelo acumulado dum ano longo e frio.
Todas estas percepções remetem-nos para as histórias fantásticas, as lendas surreais e os contos mais fabulosos que encontramos nessas grandes memórias e prateleiras que são os livros. E se nestes também encontramos as histórias mais reais e raciocinadas que o homem vive podemos, então, dizer que nos livros não existe facto por narrar ou história por contar.
Sendo assim, dar ou receber um livro no Natal, é dar ou receber um espírito, uma história, um mundo inteiro de percepções que escorrem por palavras e páginas desses intrigantes e fiéis objectos.
Há quem se deixe absorver por esta ideia e acolha um livro como um bem precioso que está pronto a se abrir para nós e tornar-se nosso amigo. Não é apenas mais uma prenda, mas sim um ritual de recepção duma história que nos foi confiada e que nos irá absorver e receber de forma ilustre e intensa.
Para outros a recepção e posterior entrega pessoal ao livro só se deve fazer se esse mundo que nos foi confiado corresponder à nossa ideia de palavras organizadas. O espírito recebido deve ser ímpar, pois só assim livro e leitor se podem fundir e caminhar unidos pelo mundo e história recebida.
Há ainda quem se deixe levar, qual folha ao vento outonal, pelas palavras recebidas e caminhe vagueando pelos traços negros que reflectem sentimentos. Nestes casos, ou somos conquistados pelo amor da história, ou ficamos perdidos, qual gota errante que cai dos céus.
Mas se não houver tempo para o confronto pessoal entre entrega e receptor, o mais provável é não haver mensagem a ser entregue, e tanto livro e leitor acabarem encostados a uma prateleira, ou de madeira ou de espírito.
O que importa é que, seja qual for a relação entre livro e leitor, se viva intensamente cada história e se saiba aproveitar ao máximo que queremos ou podemos aproveitar.
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Eis os resultados do último inquérito do ano.
Receber livros no Natal é: |
63.21% | Óptimo | |
28.73% | Bom, mas depende do tipo. | |
2.29% | Ah, preferia outra coisa. | |
5.74% | Um desgosto! |
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Total: 87 respostas |
Boas leituras e Bom 2007!!!