Janeiro 09 2008
Em breve terão passado seis meses sobre o fim da saga; dois, se atendermos à tradução portuguesa. Para mim, apenas acabou ontem, embora ainda agora sinta que aquele mundo mágico me rodeia.
Este é o primeiro Harry Potter que aqui comento e certamente será o último. Não é fácil escrever sobre uma história conhecida por todos, lida por muitos, amada por tantos, odiada por alguns. Muito há a dizer, seja para criticar ou para enaltecer, contudo, limitar-me-ei a uma opinião rápida, sem spoilers mas com pequenos apontamentos da estrutura da narrativa.
Considero-me um fã da saga ou, pelo menos, um leitor que gosta (ou será gostou?) bastante de a acompanhar, mas não corri a uma livraria no dia de lançamento. Embora curioso, esperei pelo melhor momento. Tinha expectativas, confesso que não muito elevadas e, embora sem as superar, não as vi injustificadas.
Desde logo pareceu-me que a autora estava ansiosa para alcançar o final, tal era a pouca preocupação com os pormenores; mas, a meu ver, o que marca a primeira parte do livro é, paradoxalmente, a superficialidade da narrativa e a perda de tempo em situações dispensáveis. Para além disto, numa aparente tentativa de causar impacto, a autora começa por apontar os defeitos das principais personagens, vindo mais tarde contrapô-los com as suas virtudes, como que a desculpa-las.
No entanto, a certa altura a narrativa parece ganhar um novo ritmo, passando a desenvolver-se à boa maneira que a autora habituou os seus leitores. A criticar tenho ainda o facto de, embora sem Albus Dumbledore, Harry Potter continuar a ser totalmente dependente de outros. A quem leu, sugiro que imagine uma história em que ninguém ajudava o protagonista na sua tarefa... não seria a mesma história! Mas este não é um ponto grave, embora seja um pouco lamentável.
De qualquer forma, é impossível ficar indiferente ao mundo mágico descrito. No meu entender, acaba por ser o contexto já habitual da saga, explorado de forma sumptuosa nas últimas 150 páginas da obra, que lhe dá viva, e não tanto as revelações, as surpresas e as descobertas que, muitas vezes, não passaram de confirmações, tal foi a especulação que antecedeu o lançamento do sétimo livro. Aliás, a forma como a maioria das descobertas é feita acaba por ser muito forçada, já que de “ignorância total” o protagonista passa a “conhecimento total”, assim, sem mais nem menos.
Apesar de tudo, gostei da forma como a história foi terminada. A autora arriscou, ficando na berma do ridículo, mas não caiu e consegui levar a obra a um final digno da saga e digno de Harry Potter.
Ao contrário de muitos, não lamento a pouca informação acerca do futuro das personagens secundárias. J. K. Rowling tinha uma história para contar, uma história que era tanto de Harry Potter como de Voldemort, e fê-lo de forma incrível ao longo de sete livros criativos e mágicos que culminam num duelo ímpar, síntese de toda a batalha entre o bem e o mal. Este sétimo livro não me pareceu perfeito, nem sequer incrível, mas conseguiu justificar muito bem os elogios atribuídos a toda a saga, apresentando um final que não desilude mas antes reconforta, já por si um exemplo difícil de encontrar.
As primeiras palavras que pronunciei, num murmúrio, quando olhei para a capa do livro, depois de o terminar e ter fechado foram “que horror, nunca mais vou ler um Harry Potter!” Talvez seja verdade, mas embora seja uma certeza pouco reconfortante, sei que a memória dos momentos de leitura desta saga se vão manter, e que a magia e imaginação podem continuar para além das páginas desta história agora terminada. Mais do que um nome ou uma marca, hoje, para mim, Harry Potter é um símbolo de sonhos e imaginação, símbolo de que no nosso mundo tortuosamente real, ainda podem existir refúgios de magia.

Harry Potter e os Talismãs da Morte de J. K. Rowling
Mágicas Leituras!
Publicado por Fábio J. às 23:48

pesso que poste sobre a serie artemis fowl ,pois é muito interessante
obrigado
54y a 14 de Outubro de 2009 às 02:02

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