Julho 29 2008

Depois de alguns meses na estante, abandonado mas não esquecido, finalmente li Elric, Príncipe dos Dragões. A história, escrita em 1972 mas traduzida apenas em 2005, revelou-se uma surpresa, já que a esperava mais complexa, criativa e densa. Sob este ponto de vista, ficou bastante aquém das expectativas.

Pelo que havia lido sobre ele, imaginava Michael Moorcock um autor ousado, capaz de desafiar a imaginação de qualquer leitor. A saga Elric é tida com um bom exemplo do que é, em geral, oposto ao cliché na literatura fantástica. Pois bem: sendo sincero, pouco encontrei neste livro que não fosse cliché.
Elric, Imperador de Melniboné, é um jovem albino que carrega aos ombros 10 mil anos de História. A nação que chefia governou o mundo com mão-de-ferro durante milénios mas, tal como o seu imperador, perde poder a cada dia que passa, tornando-se cada vez mais decadente e ameaçada. Yyrkoon, primo de Elric, pretende recuperar a antiga glória do Império, acordar os dragões, fazer a guerra e reconquistar o mundo. Contudo, para isso, precisa de derrubar o débil imperador e assumir o seu lugar.
Assim começa a aventura de Elric, atravessando mares, estabelecendo pactos com demónios e percorrendo universos paralelos. Uma narrativa simples, limpa, sem descrições ou artifícios linguísticos.
Por diversas vezes senti que relia outras obras de fantasia, mas o que mais me incomodou foi mesmo a artificialidade da história, a forma um tanto ou quanto fria de narrar a demanda de Elric que, diga-se a verdade, não prima pelas façanhas ou perigos enfrentados.
Não é uma obra má: está bem escrita, bem estruturada e serve o propósito do autor. Não é aborrecida, nem monótona. Lê-se bem! No entanto, e se me permitem a comparação, é como um corpo esbelto... mas sem alma.
Talvez o livro deva ser analisado à luz da década de 70, sob a ideia de fantasia como um estilo marginal. Seja como for, Elric não me parece ter o poder de um clássico, mas penso que não é essa a intenção. Elric é, apenas. Não o é para o leitor.
No fundo, sinto que esta história é um resumo da verdadeira história. Tanto ficou por contar! Tanto podia ser contado... No fim fica a vontade de explorar o mundo que o livro me apresentou, nomeadamente as suas personagens e lugares.
Pretendo continuar a ler a série, porque quero conhecer o mundo criado por Moorcock, e porque acredito (ou quero acreditar) que o resto da série só pode ser melhor.
Elric, Príncipe dos Dragões de Michael Moorcock
Boas leituras!
Publicado por Fábio J. às 23:58

Quanto a Filipe Faria, já estive para começar a ler os seus livros, mas não me inspiram suficiente curiosidade e confiança. Quem sabe um dia... não há como experimentar.
Bem, se decidires investir no FF prepara-te que o primeiro é uma treta... Depois os outros já são melhorzitos ;)

Agora que me dizes que o primeiro é uma treta perco mesmo a vontade de ler a série.
O argumento, digamos, não me convence e depois há o autor: li uma ou duas entrevistas suas e... não gostei. Talvez seja um preconceito estúpido, mas é o suficiente para não me interessar pela obra.

Mas como com a água, nunca digo: este livro não lerei! :p
Fábio J. a 16 de Agosto de 2008 às 20:03

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