Janeiro 20 2009
Dentre os livros que recebi neste Natal estão os que constituem a Trilogia das Jóias Negras, de Anne Bishop. Já há muito me interessavam pois, embora inicialmente as premissas não me tivessem aliciado, as opiniões favoráveis e o lançamento de novas histórias passadas no mesmo universo aguçaram-me a curiosidade.
Não me é fácil resumir Filha do Sangue, sobretudo porque demorei bastante a perceber o seu contexto e a entender as personagens, as raças, os locais, o sobrenatural… Para ser preciso, só depois de ler umas 100 páginas consegui encontrar um fio condutor que tornasse a leitura aprazível. Mas mesmo depois de um quarto do livro lido, continuei a achar a história muito pouco fundamentada.
Trata-se de uma história de fantasia negra, com estranhas raças e lugares. O mote da acção é o aparecimento de Jaenelle, uma poderosa mas jovem feiticeira capaz de abalar toda a sociedade. Nesta, o poder está nas mãos das mulheres que, tecendo as suas teias, são capazes de dominar tudo e todos… ou quase. Com os seus extraordinários poderes Jaenelle viaja por várias dimensões, acabando por encontrar alguns daqueles que há muito a esperavam, dentre os quais destaco Daemon, um cobiçado príncipe escravo, e Saetan, Senhor do Inferno, duas personagem bem construídas e que muito contribuíram para a dinâmica da obra.
Há setecentos anos atrás, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súbditos, uma Viúva Negra profetizou a chegada de uma Rainha na sua teia de sonhos e visões. Agora o Reino das Sombras prepara-se para a chegada dessa mulher, dessa Feiticeira que terá mais poder do que o próprio Senhor do Inferno. Mas a Rainha ainda é nova, passível de ser influenciada e corrompida.E quem controlar a Rainha controlará o mundo. Três homens poderosos — inimígos de sangue — sabem isso. Saetan, Lucivar e Daemon apercebem-se do poder que se esconde por trás dos olhos azuis daquela menina inocente. E assim começa um jogo cruel, de política e intriga, magia e traição, onde as armas são o ódio e o amor. E o preço pode ser terrível e inimaginável.
Quando comecei a perceber um pouco da história não pude deixar de a achar interessante, mas o estilo da autora não me convenceu. Fiquei com a sensação de que a contínuo mistério e a tentativa de surpreender o leitor apenas contribuíram para a confusão daquela. Era tanta informação dada pela metade que, acabado o livro, sinto-me frustrado por não o ter conseguido apreciar por inteiro, por não o ter percebido. É verdade que a fantasia é aqui explorada com grande criatividade, resultando numa história diferente de tudo o que já li, mas tenho dúvidas quanto à sua exposição, pois há pouca clareza.
A história apresenta, também, um tom muito sensual, não fosse a sociedade descrita dependente do prazer carnal. Mas se numas vezes esse tom propicia uma atmosfera mágica, noutras demonstra uma tendência um tanto ou quanto mórbida. Não sou falso puritano; a autora é que exagera sem necessidade.
Talvez a história pudesse ser contada em metade das páginas. Talvez fossem precisas outras 400 para desenvolver e esclarecer a história. Assim é que não está bem!
Mas nem tudo é mau! Como disse, trata-se de uma história criativa, com uma acção bastante original e com muitas surpresas. Existe uma dinâmica capaz de entusiasmar e estimular a leitura da página seguinte. Algumas personagens escapam ao estereótipo e à vulgaridade e revelam-se interessantíssimas, com personalidades e valores admiráveis, seja pela positiva ou não.
Este volume acaba em aberto, por isso pretendo ler o próximo em breve. Agora que alguns conceitos já foram interiorizados, é provável que a leitura seja mais agradável.
 Filha do Sangue de Anne Bishop
Boas Leituras!
Publicado por Fábio J. às 22:09

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<P class=incorrect name="incorrect" <a>Ola</A> , desde já gostei bastante da critica aqui exposta, devo dizer que estou a comentar pois também ando a ler esse mesmo livro e até agora ainda não me despertou muito interesse. Pode-se dizer que é difícil de digerir" sobretudo para quem ainda não conseguiu sair da primeira parte, tal como eu, e que ja estava a pensar deixa-lo de parte num canto inabitado da estante. Esta critica despertou a minha atençao para com a continuiçao da obra, que ja dava por perdida, e espero que nas proximas paginas desperte mais a minha atençao, ou pelo menos que consiga perceve-lo melhor, se realmente valer a pena.</P>
Destrangis a 1 de Março de 2010 às 01:35

Eu senti o mesmo mas lá está, não desisti :)

Não digo que no final tudo se perceba. Acho é que há uma habituação à história e, assim, torna-se mais agradável lê-la...
Espero que, agora, acabes o livro e, quem sabe, te aventures nos próximos.

Eu, que disse que não voltaria a ler mais nada da autora, até estou a pensar ler Teias de sonhos...

Fico à espera de saber se, afinal, a trilogia convenceu.

Boas Leituras!
Fábio J. a 31 de Março de 2010 às 22:53

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