Os Filhos de Húrin de J. R. R. Tolkien
Os Filhos de Húrin de J. R. R. Tolkien
‘Tava com saudades de escrever para aqui, a sério que estava. Há dias que tento encaixar o blog no horário, e já tenho vários posts programados, por mais estranho que possa parecer.
Antes de mais devo dizer que na próxima semana estaremos na “Semana da Leitura 2007”, uma iniciativa enquadrada no Plano Nacional de Leitura (que infelizmente é necessário em Portugal), “com o Alto Patrocínio da Senhora Doutora Maria Cavaco Silva”. Tentarei não deixar esta semana passar em branco para os visitantes deste blog...só espero que o horário o permita!
Mas o que me trás aqui hoje não é esta semana, é sim mais um pouco de Tolkien, mais um pouco de Contos Inacabados. Mal tenho lido, e esta semana não li dois dias. Mas já há algum tempo acabei Nar i Hîn Húrin, ou seja, A história dos filhos de Húrin. É a segunda e última história da Primeira Era retratada neste livro. Bastante mais desenvolvida do que em O Silmarillion e certamente não tanto como estará em Os Filhos de Húrin, a sair a 17 de Abril deste ano.
Nesta história acompanhamos Túrin, o filho mais velho do Húrin e primo de Tuor. Desde a queda do seu pai na Nirnaeth Arnoediad, a Batalha das Lágrimas Incontáveis, até a à sua própria queda, Túrin vive amaldiçoado por Morgoth, que se vinga de Húrin castigando os seus filhos. Cedo morre Lalaith, a sua irmã mais nova, e ficando só com a mãe, Morwen, que estava grávida, acaba por ser enviado para Doriath, o reino escondido dos elfos, para ser protegido do mal. Aí é educado e cresce, até de tornar num homem, impaciente para vingar o pai, reencontrar a mãe e conhecer a irmã.
Mas quis o destino, ou a maldição das trevas, que Túrin virasse um foragido e fugisse de Doriath, passando a viver nos ermos. Muito se passa aqui, mas o importante é que o nosso invulgar e orgulhoso herói, já tão amaldiçoado e amaldiçoador de tantos, acaba por ir parar às fronteiras de Doriath, onde decide viver em paz e entregar sua vida ao destino.
Mas a sua mãe e irmã já se encontravam em Doriath, e sabendo do destino de Túrin partem na sua busca. Perdem-se ambas, a primeira porque morre, a segunda porque é iludida por um dragão. Mas esta, sem memória, acaba por ir parar aos braços de Túrin, mais não digo.
O final é trágico, mas merecido e esperado. A maldição cumpriu-se e os filhos de Húrin perderam-se para sempre, mas não sem antes influenciarem todo um mundo à sua volta. Gostei da história e sem dúvida que pretendo ler a obra que a completa.
Nesta Primeira Era de Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média são nos contadas as histórias de dois homens, Tuor e Túrin, num mundo guiado por elfos imortais e poderosos deuses. São, sem dúvida, histórias bem representativas da qualidade da escrita de Tolkien, mas sobretudo de grande beleza e magnificência.
Boa semana e Boas leituras!!!
São as mini férias, é o Carnaval, é o esganiçar duma flauta tocada atrás de mim... já parou. Como podem perceber estou bem disposto, pois só tenho razões para isso (esquecendo uma incómoda constipação natural). Para além disso ando a ler Tolkien, e que posso mais pedir, a nível literário, para além das fantásticas histórias de Tolkien? Muito pouco.
Depois de me ocupar com a Introdução, onde muito é contado acerca do propósito e problemas da publicação da obra, bem como da forma como foi possível realiza-la e onde me apercebi, ainda mais, da complexidade do mundo criado pelo mestre, aventurei-me no primeiro conto destes Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média: De Tuor e Da Sua Chegada a Gondolin.
Quando li a Introdução fiquei com a sensação que estaria a cometer um grande erro ao ler esta obra, tudo porque é lá referido (e também porque já me apercebi disso) que é necessário ter pelo menos um conhecimento geral, mas ao mesmo tempo global, de toda a obra publicada de Tolkien. Pois bem, eu ainda só li O Silmarillion, e os filmes não são propriamente ricos em pormenores. Este conto deriva do já publicado no Silmarillion acerca de Tuor, portanto não senti os problemas, mas poderei tê-los mais para a frente, nomeadamente nas narrações da Terceira Era.
Tuor é desde cedo criado por elfos e mesmo não sendo um deles, em muito se assemelha. Sem pai e sem mãe, e com o fim do povo de Hithlum, Tuor passa a viver como um fora da lei, combatendo Orcs e Easterlings. Até que um dia as forças de Ulmo se manifestam e ele, que já sonhava encontrar Gondolin, o reino escondido, decide partir. Seguindo o destino descobre as armas à muito deixadas para si, e encontra-se com o próprio Ulmo, o Senhor das Águas.
A partir daqui segue-se a sua atribulada viagem em busca de Gondolin, e por fim a sua chegada. Pouco mais é narrado a partir daqui, pois segundo o que diz Christopher, a partir daqui apenas se seguem algumas anotações... anotações que o filho de Tolkien inclui na obra.
Gostava de ter conhecido o fim da história pelas palavras de Tolkien, mas sendo contos inacabados acho que já me posso dar por contente por toda a viagem ser narrada. E também por ser um texto completo e sem partes escritas por Christopher, como mais à frente acontece.
Em resumo posso dizer que gostei bastante deste conto. É o aprofundar daquilo que já conhecia do Silmarillion, mas não deixou de ser uma surpresa, um descobrir maravilhado.
A seguir segue-se A história dos filhos de Húrin, aquela que irá ser apresentada no livro a sair em breve Os Filhos de Húrin. Tem umas 100 páginas, este conto, e estou bastante curioso por poder aprofundar esta história, também já referida no Silmarillion.
Por falar em “sair em breve”: segundo Robert Shaye, da New Line, teremos a adaptação cinematográfica de O Hobbit disponível em 2009, mesmo ainda não havendo realizador. É esperar para ver.