Abril 17 2007
Acabei esta tarde de ler o livro I da história de O Senhor dos Anéis. Não o primeiro volume, digamos assim – A Irmandade do Anel – mas sim uma das seis partes em que se divide a história. Vendo bem, não sei que parte salientaria. A história já não me é estranha, graças aos filmes, contudo, tanto devido às diferenças lógicas de apresentação como às reais diferenças na história, que até são bastantes, continua a ser uma leitura interessante e com surpresas.
Comecei a ler esta trilogia, provavelmente, por gostar da história que anteriormente conheci e o mesmo talvez se passe com uma outra obra de J. R. R. Tolkien que hoje é lançada: Os Filhos de Húrin.
A Tolkien Gateway refere que “o lançamento deste livro marca um momento histórico” na História da Terra-Média, e certamente não se engana. Já apresentada em O Silmarillion e em Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média este livro propõe-se narrar esta bela e simultaneamente trágica história sobre Túrin, filho de Húrin. Christopher Tolkien diz que “quando O Senhor dos Anéis estava terminado, ele [o pai] escreveu-a de novo, fê-la crescer grandemente em complexidade: ela tornou-se a história dominante no seu trabalho final sobre a Terra Média”.
Tal como já aqui referi, esta história passa-se muito antes dos tempos de O Senhor dos Anéis, na Beleriand, para lá dos Portos Cinzentos. Nesse tempo, Morgoth atormenta o mundo e guerreia os homens, e para se vingar de um deles, Húrin, o homem que ousou desafiá-lo e zombá-lo na sua própria face, amaldiçoa os seus filhos.
Contra eles, enviou o seu mais formidável servidor, Glaurung, um poderoso e corrompido dragão de fogo. Nesta história de conquista brutal e evasão, de esconderijos em florestas e perseguição, de resistência apesar do desespero, o Senhor Negro e o Dragão revelam-se de forma sombriamente articulada. Sardónico e trocista, Glaurung manipulou os destinos de Túrin e Niënor com mentiras e astúcia e falsidade diabólica. No fim, a maldição de Morgoth foi cumprida.
Da autoria do mestre e com edição do seu filho esta promete ser uma renovada e apaixonante obra, indispensável aos fiéis leitores do escritor.
Resta dizer que esta obra é ilustrada por Alan Lee, com trinta ilustrações a preto e branco e oito imagens a cores, e contem vários complementos como genealogias, mapas, listas de nomes e outras notas editoriais sobre a história.
89 anos depois de ser iniciada, esta história é finalmente publicada como uma obra singular. Não saberemos se poderá voltar a ser publicado outro livro assinado por Tolkien e por isso é necessário assinalar este dia, o dia em que um dos maiores escritores do século XX volta a estar nas bancas.
Eu lerei!
 

Os Filhos de Húrin de J. R. R. Tolkien

Até Breve e Boas Leituras!!!
Publicado por Fábio J. às 17:23

Março 03 2007

‘Tava com saudades de escrever para aqui, a sério que estava. Há dias que tento encaixar o blog no horário, e já tenho vários posts programados, por mais estranho que possa parecer.

Antes de mais devo dizer que na próxima semana estaremos na “Semana da Leitura 2007”, uma iniciativa enquadrada no Plano Nacional de Leitura (que infelizmente é necessário em Portugal), “com o Alto Patrocínio da Senhora Doutora Maria Cavaco Silva”. Tentarei não deixar esta semana passar em branco para os visitantes deste blog...só espero que o horário o permita!

Mas o que me trás aqui hoje não é esta semana, é sim mais um pouco de Tolkien, mais um pouco de Contos Inacabados. Mal tenho lido, e esta semana não li dois dias. Mas já há algum tempo acabei Nar i Hîn Húrin, ou seja, A história dos filhos de Húrin. É a segunda e última história da Primeira Era retratada neste livro. Bastante mais desenvolvida do que em O Silmarillion e certamente não tanto como estará em Os Filhos de Húrin, a sair a 17 de Abril deste ano.

Nesta história acompanhamos Túrin, o filho mais velho do Húrin e primo de Tuor. Desde a queda do seu pai na Nirnaeth Arnoediad, a Batalha das Lágrimas Incontáveis, até a à sua própria queda, Túrin vive amaldiçoado por Morgoth, que se vinga de Húrin castigando os seus filhos. Cedo morre Lalaith, a sua irmã mais nova, e ficando só com a mãe, Morwen, que estava grávida, acaba por ser enviado para Doriath, o reino escondido dos elfos, para ser protegido do mal. Aí é educado e cresce, até de tornar num homem, impaciente para vingar o pai, reencontrar a mãe e conhecer a irmã.

Mas quis o destino, ou a maldição das trevas, que Túrin virasse um foragido e fugisse de Doriath, passando a viver nos ermos. Muito se passa aqui, mas o importante é que o nosso invulgar e orgulhoso herói, já tão amaldiçoado e amaldiçoador de tantos, acaba por ir parar às fronteiras de Doriath, onde decide viver em paz e entregar sua vida ao destino.

Mas a sua mãe e irmã já se encontravam em Doriath, e sabendo do destino de Túrin partem na sua busca. Perdem-se ambas, a primeira porque morre, a segunda porque é iludida por um dragão. Mas esta, sem memória, acaba por ir parar aos braços de Túrin, mais não digo.

O final é trágico, mas merecido e esperado. A maldição cumpriu-se e os filhos de Húrin perderam-se para sempre, mas não sem antes influenciarem todo um mundo à sua volta. Gostei da história e sem dúvida que pretendo ler a obra que a completa.

Nesta Primeira Era de Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média são nos contadas as histórias de dois homens, Tuor e Túrin, num mundo guiado por elfos imortais e poderosos deuses. São, sem dúvida, histórias bem representativas da qualidade da escrita de Tolkien, mas sobretudo de grande beleza e magnificência.

Boa semana e Boas leituras!!!

Publicado por Fábio J. às 22:55

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