Existem factos que nos fazem querer ler determinada história que pouco conhecemos, dum autor que nunca lemos. Um deles é a futura adaptação cinematográfica do livro, pois é sempre melhor ler primeiro e ver depois.
O livro em questão é o primeiro da trilogia Mundos Paralelos,
Os Reinos do Norte, de Philip Pullman. O filme, com titulo original
The Golden Compass conta com, por exemplo, Nicole Kidman, Daniel Craig, Sam Elliott, Eva Green, Ian McShane e a estreante Dakota Blue Richards, é realizado por Chris Weitz, na New Line, e estreará a 7 de Dezembro deste ano. Visitem o
site, conheçam melhor a história e descubram o vosso Daemon. Eu adorei o meu. Mais tarde desenvolverei este tema, mas irei ler o livro logo que possa.
Mas se este é um livro que pretendo ler existem outros que já foram lidos. Refiro-me a O Guerreiro Lobo, de Sandra Carvalho, a continuação do fantástico A Última Feiticeira, que tanto gostei.
Esta história começa onde a anterior termina. Catelyn, a jovem protagonista, encontra-se na Terra Antiga, o lar dos bárbaros viquingues que acabam por se tornar o seu povo amado, aquele pelo qual luta como se fosse seu. Para esta relação, muito contribui Throst, aquele pelo qual o coração da Pequena bate mas que confunde a sua razão, as suas decisões.
A história segue o rumo da anterior: Catelyn precisa de reunir força e sabedoria suficientes para cumprir a sua missão de vida, missão essa que pretende acabar com Myrna, a destruidora da sua família. Mas se no início encontramos uma heroína pessoal, que luta pela vingança da família, depressa nos deparamos com uma heroína colectiva, que luta pela salvação dos povos, pela salvação do mundo.
Mistérios desvendados, profecias cumpridas, visões que balizam o futuro e reflexões de personagens são acontecimentos usuais na história. O amor e a guerra são os propulsores e pontos fortes, mas é o aprofundar da história e o conhecimento das suas raízes, através das personagens, que nos deixam o queixo caído.
Continua a ser um enredo admirável, mas alguma da magia do primeiro volume perde-se neste. Para começar a história perde um pouco do ritmo graças à monotonia da narração, gerada pela indeterminação das personagens, e como se não bastasse, a relação entre as principais personagens não poderia parecer mais infantil. “Adoro-te”, “ Detesto-te”, “Quero-te” e “Vai te embora” são expressões recorrentes do casal. A sua mágica relação fascina-me, mas há que admitir que o recorrente “amor sofrido” acaba por ser irritante.
Mais uma vez as sensações que o livro transmite fizeram-me esquecer os seus defeitos e ama-lo. Na Terra Antiga Catelyn torna-se uma mulher e descobre o amor... e a dor. Vi-me sorrir com a sua alegria e sofrer com a sua tristeza. Lá encontra a sabedoria da Lágrima do Sol e da Lágrima da Lua e torna-se forte, afinal ela é a última Feiticeira nascida na Terra.
Quando o retorno para a Grande Ilha acontece, o mundo de Cat volta a desmoronar-se, mas eis que a batalha acontece e por fim a rival é vencia, sem grande “espectáculo”, verdade seja dita, mas com grande simbolismo. Por fim a vida da Catelyn volta à paz desejável, mas todos sabem que outros inimigos poderosos, feitos nesta história, irão atacar.
O livro acaba com um final feliz e com uma verdadeira prol infantil que irá, certamente, continuar a dar vida à Saga das Pedras Mágicas, mas todos sabem que o perigo e novas batalhas esperam estas crianças. O futuro está nas suas mãos, assim como a continuação da história em Lágrimas do Sol e da Lua.
Acredito que este seja o “fim “ de Catelyn McGraw e Throst, e de muitas outras personagens que adorei conhecer e que me fizeram sonhar. Resta-me recomendar o livro e esperar pelo próximo para confirmar as suspeitas e continuar a fantástica história.
O Guerreiro Lobo de Sandra Carvalho
Bom Dia mundial do Riso e Boa Semana!