Julho 31 2007
Deve existir um qualquer complexo “Pessoa” no que toca a séries literárias, e eu sofro dele! "Primeiro estranha-se, depois entranha-se", é mais ou menos isto que se passa. Digo isto pois, pela segunda vez, sou obrigado a reconsiderar a minha opinião em relação a alguma série literária. Primeiramente foi a saga Anders, com um primeiro volume que deixa muito a desejar, mas que melhora nos volumes seguintes. Agora foram As Crónicas de Nárnia, com O Príncipe Caspian a ser uma verdadeira desilusão e A Viagem do Caminheiro da Alvorada a surpreender.
Não gostei de O Príncipe Caspian, e quanto a isso não há nada a fazer... continuará a ser um dos livros que mais me desagradou, desde que tenho memória. Mas com este novo livro a forma como vejo a série mudou um pouco.
Este continua a ser, como é sabido, um livro para crianças, e como tal não se está à espera de nada surpreendentemente complexo, sejam personagens, diálogos ou o próprio enredo. Mas felizmente este volume veio provar a teoria de que um livro infantil não tem de ser um livro desinteressante e muito menos mau, antes pelo contrário: a beleza, o encanto e a simplicidade, aliadas à narração dum bom contador de história dá um excelente resultado.
Nesta obra podemos encontrar várias das personagens de O Príncipe Caspian, mas com uma (grande) vantagem, a meu ver: apenas existe um animal falante, e este é até bem construído e interessante! A grande particularidade da obra encontra-se no cenário: alto mar, do principio ao fim, dentro dum pequeno barco chamado Caminheiro da Alvorada, apenas com algumas paragens em ilhas, onde se dão as aventuras (ou desventuras) dos heróis.
Os três jovens da história são transportados para Nárnia através dum quadro e vão parar ao alto mar, sendo resgatados pelo barco de Caspian. Este encontra-se numa viagem de reconhecimento, em busca de antigos amigos do seu pai e de terras a oriente, qual Vasco da Gama à procura da Índia.
Ao longo da viagem as personagens vão crescendo, aprendendo lições com cada peripécia com que se deparam nas ilhas ao longo do mar. A verdade é que, de certa forma, conseguem concretizar o seu objectivo e chegam ao Final do Mundo, a oriente. E deixem-me dizer que o Final do Mundo é um local muito bonito e convidativo!
A temática cristã está, logicamente, novamente presente, com representações do arrependimento e baptismo como única forma de alcançar o... céu, ou neste caso, o país de Aslan.
Li há pouco, num site, que este livro pode lembrar a Odisseia... agora que penso nisso acho uma boa comparação e o ideal para uma nota final: uma Odisseia para crianças, repleta de pormenores magníficos.
A expectativa era mínima, em relação a este volume, mas depois de o ler não posso fazer outra coisa senão o recomendar.

A Viagem do Caminheiro da Alvorada de C. S. Lewis

Boas férias e Boas Leituras!!!

Publicado por Fábio J. às 23:16
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Julho 26 2007
Supostamente deveria publicar algo mais frequentemente, mas a verdade é que nestes últimos dias não tem sido possível e tenho ocupado o meu tempo em outras actividades. Para além disso não tenho nenhum livro na cabeceira, logo não há novas opiniões para dar. Mas há notícias...
Para quem ainda não sabe o que ler nas férias ou pura e simplesmente procura novas obras, uma lista dos melhores livros dos últimos anos, elaborada por leitores, pode ser uma grande ajuda, e o mais importante, uma ajuda testada.
De forma a comemorar o 25 º aniversário, a principal cadeia de livrarias da Grã-Bretanha, a Waterstone’s, decidiu lançar um concurso para eleger os 25 melhores livros dos últimos 25 anos. De uma selecção de 100 títulos elaborada pela rede de livrarias, o público votou e elegeu os 25 melhores.
A iniciativa é interessante, mas é importante lembrar que os títulos pertencentes a esta lista foram escolhidos pelo público e não por profissionais da área, como é, aliás, entendido pela presença de alguns títulos, de certa forma denegridos pela crítica. No entanto, existe um lado positivo pois, se foram os leitores que escolheram (milhares deles), é bem provável que também nós nos interessemos pelas obras. Algumas delas são até bastante conhecidas do grande público.
Sem mais delongas, aqui fica a lista que, por uma questão prática, apresenta os títulos na versão portuguesa. Para três deles não consegui confirmar a existência da versão portuguesa e, por isso, encontram-se com o título em inglês.
Uma última nota para o facto de Raymond E. Feist ser o único autor que, segundo o que pude constatar, não tem nenhuma obra traduzida, e para a sequência dos títulos, que segue fielmente a original, sendo a obra de J. K. Rowling a vencedora e a de Kate Mosse e vigésima quinta mais votada.
Ver lista )
De todos estes livros li apenas dois, Harry Potter e a Pedra Filosofal e O Código da Vinci, mas existem outros que já se encontravam na minha “lista” e pelos quais agora estou um pouco mais curioso. Dei uma vista de olhos a todos os títulos (o que recomendo fazer) e encontrei premissas bastante interessantes de obras que não conhecia.
Pessoalmente, e sabendo que a lista tem o valor que os leitores lhe dão e não mais do que isso, apenas terei mudado a minha opinião (já que fiquei curioso) em relação a O Nome da Rosa, O Labirinto Perdido e A História Secreta, obras que conhecia mas que, até agora, não me suscitavam interesse.
Com a aprovação dos leitores, provavelmente estas obras e estes escritores serão interessantes e, por isso mesmo, uma boa escolha para aqueles que não sabem o que ler ou não o estão habituados a fazer.
Espero que, de alguma forma, esta lista vos tenha sido útil. Fico à espera da vossa opinião sobre os “eleitos” e sobre os títulos que já leram...
Boas férias e Boas Leituras!!!
Publicado por Fábio J. às 19:57

Julho 20 2007
Tudo na vida tem um fim. Não existiria, realmente, se não o tivesse. A série Harry Potter não é excepção. Faltam poucas horas para se celebrarem os 10 anos da série literária, celebração essa que será feita com a conclusão da mesma.
Dez anos depois do modesto e até difícil lançamento de Harry Potter and the Philosopher's Stone, o sétimo e último livro é lançado duma forma bastante pouco discreta, numa acção à escala planetária na qual o mistério, ansiedade e histeria se fundem, tornando este acontecimento único.
Muito mudou desde que “o menino que sobreviveu” chegou às livrarias. Hoje, Harry Potter é uma marca que vale mais de 15 biliões de dólares, a sua criadora uma das mulheres mais ricas do mundo e o jovem actor que interpreta o seu papel nos filmes o jovem mais rico da Inglaterra. Seis livros, cinco filmes e respectivos vídeo jogos e muito marketing deram a esta saga milhões de fãs por todo o planeta, estando muitos deles à espera do dia 21 para tirarem todas as dúvidas e descobrirem o derradeiro fim da famosa aventura do jovem feiticeiro.
Harry Potter and the Deathly Hallows é já o livro mais procurado na Internet, e será, sem dúvida, o livro de venda mais rápida da história. Nas últimas semanas, foram várias as notícias que declaravam que o final da saga tinha sido descoberto, atingindo o ponto máximo com as supostas fotos de todas as páginas do título. Apesar de serem actos de mau gosto, e de também ocorrerem alguns problemas na distribuição e venda, a verdade é que tudo isto proporciona ainda mais interesse por este fim.
Amado por uns e odiado por outros, esta história ocupa o seu lugar, um trono que dificilmente será usurpado. Talvez por isso, petições como a “Save Harry Potter” tentam dar voz à vontade de alguns fãs, resta saber se terá resultados, até porque a sorte do jovem feiticeiro ainda não está decidida. J. K. Rowling acabou a escrita em choro, e já disse querer descansar depois da escrita destes volumes, não tendo projectos para o futuro, esperando uma nova grande inspiração.
Praticamente todos os meios de comunicação dão destaque a este lançamento. É que, embora ainda faltem dois filmes, a verdadeira alma de Harry Potter reside nos livros e essa, de certa forma, morre hoje: não haverão mais teorias, mais mistérios, nem notícias, e ainda que esta história continue por muitos anos na memória colectiva de todos quanto acompanharam a sua demanda, eis que chega finalmente o fim.
Terá a saga tido reais efeitos no incentivo à leitura? Terá sido importante para o mundo literário? Terá Harry Potter mudado a vida de alguém? A saga tem algo de especial, disso não há dúvida, resta saber o que ocupará o lugar agora vazio.
Num momento bastante simbólico, a autora assinalará o fim da história que ofereceu ao mundo lendo um excerto desta nos primeiros minutos do dia 21, no Museu de História Natural de Londres, na presença de 500 fãs, estando em directo no site da Bloomsbury.
Mesmo para quem não lerá o livro na versão original, hoje é o fim de um ciclo. Cada um descreve-o como bem achar.
Do início ao fim, dez anos de magia!
Publicado por Fábio J. às 18:03

Julho 17 2007
Num mundo em constante mudança e evolução, todos os pormenores da sociedade têm de galgar os degraus calcados pela humanidade e modernizar-se, para que continuem integrados e a cumprir as suas funções. Durante séculos o livro evoluiu, nomeadamente a sua parte física, seja o papel, a capa ou a caligrafia, pequenos passos de aperfeiçoamento... Agora, talvez seja necessário dar um salto a fim de alcançar um novo patamar, tal como aconteceu com o aparecimento do livro impresso.
Por um lado, existem os audiobooks, histórias que podemos ouvir no carro, na praia, na tranquilidade do nosso quarto, seja a partir de um leitor de CD’s, dum Mp3 ou até dum GPS. Este é um suporte que ganha adeptos, mas no qual pouco se aposta.
Comparativamente existe o mercado dos e-books, que não chega a ser um mercado, já que na grande maioria das vezes os textos são distribuídos gratuitamente, normalmente pela Internet. A maioria corresponde a livros antigos ou institucionais que há muito perderam os direitos de autor. Muitos deles são, por isso, pouco aliciantes.
Existem sempre aquelas pérolas que podem ser úteis, como os poemas de Florbela Espanca, a obra de Camões ou Jane Austen (só para dar umas “luzes”), bem como muitos, muitos outros clássicos portugueses e internacionais. Mas e a actualidade?
Bem, hoje em dia começam-se a dar os primeiros passos no sector e já existem autores a disponibilizar os títulos em formato digital pouco depois de serem lançados. Mas o número é ainda inexpressivo já que ninguém quer abdicar dos direitos de autor ou colocar o texto em formato digital à venda, já que é ainda pouco seguro e pouco lucrativo, atitudes que, portanto, se compreendem.
Em Portugal, numa iniciativa inédita, foi recentemente colocado à disposição do público O Futuro à Janela, uma obra publicada em 1991 da autoria de Luís Filipe Silva. A obra, composta por uma colectânea de contos, venceu o Prémio Caminho de Ficção Científica, um dos mais prestigiados para obras originais em língua portuguesa do género fantástico, e é agora disponibilizado gratuitamente para leitura e divulgação no site do autor, TecnoFantasia, podendo ser descarregado.
Esta é, sem dúvida, uma boa notícia e quem sabe outros autores não seguirão a iniciativa tornando este sector cada vez maior e, o mais importante, repleto de boas obras.
A indústria do livro afirma que não é inimiga do e-book, já que reconhece que a maioria dos leitores não trocaria o prazer que um livro tradicional proporciona, enquanto objecto, pela frialdade de um digital. Bem, recentemente um fabricante de ebookman's apresentou um novo aparelho que, supostamente, consegue imitar as principais características dum livro convencional, mas um livro convencional será sempre (pelo menos por agora) um verdadeiro livro.
Seja como for, a opinião é unânime: o importante é ler, divulgando conhecimentos e culturas, dando novos mundos ao mundo, mudando mentalidades.
Para aqueles que quiserem dar o primeiro passo deixo aqui a referência ao Projecto Gutenberg, fundado pelo homem que há 36 anos colocou o primeiro livro digital na Internet. Hoje, cerca de 3 milhões de livros (audiobooks ou e-books) são descarregados, mensalmente, neste portal.
O futuro está cada vez mais perto!
Boas Leituras, pois afinal, ler será sempre ler!!!
Publicado por Fábio J. às 19:47

Julho 13 2007

Estreou ontem em Portugal a adaptação cinematográfica do quinto livro do mais famoso jovem feiticeiro do mundo, Harry Potter e a Ordem de Fénix, e é já recordista de bilheteiras nos EUA e na Austrália. Para além disso, faltam apenas 7 dias para o lançamento do derradeiro volume da saga literária. Não será propriamente o fim, para mim, já que só lerei a tradução, mas a data marca o fim duma “era” literária a que poucos de nós ficámos indiferentes.

Esta famosa saga literária ter por título o nome do seu herói, Harry Potter, um jovem que se destaca dos demais. São, portanto, duas características comuns à saga alemã Anders, já que nela também acompanhamos todas as aventuras e desventuras dum jovem com uma vida singular.
Nos últimos dias passei momentos num mundo estranho onde elfos, trolls, anões e outras criaturas medonhas se cruzam com humanos da Idade Média que vivem em castelos feitos de betão e recebem visitantes de helicóptero. Estranho? Talvez, mas tudo isto faz parte do terceiro volume desta tetralogia de Wolfgang e Heike Hohlbein, Anders 3 – O trono de Tiernan.
Há ano atrás começava esta saga, bastante entusiasmado diga-se de passagem, e os visitantes dessa data lembrar-se-ão, provavelmente, da minha desilusão gerada, em grande parte, pelas altas expectativas. Com o segundo isso foi diferente e embora com alguns “senãos” a história mostrou-se bastante positiva. Neste volume foi ainda mais positiva!
O início nada teve a ver com o que esperava, o que até foi bom. Desde logo a acção mergulha no suspense e expectativa que antecede uma batalha... e eis ela acontece. Cerca de metade deste livro narra a batalha entre dois exércitos, um tenta manter a sua segurança e poder, outro que tenta conquistar a liberdade, ambos ocupar o trono de Tiernan. Desde o início a luta parece estar perdida para o lado de Anders, mas mesmo afundado em sangue e morte o tão esperado milagre acontece, duma forma estranha e pouco reconfortante, mas acontece.
Talvez seja eu que tenha alguma tendência literária para a guerra, mas a verdade é que gostei imenso. Possivelmente isto deve-se à acção e emoções, já que numa segunda parte da obra estas não estão tão presentes, uma vez que Anders, agora acompanhado pela sofrida mas corajosa Lara (que tal como Katt, nos volumes anteriores, funciona como o suporte indispensável de Anders), parte em fuga, mais uma vez, e a partir daí a história não é tão arrebatadora. Mas numa grande confusão vão parar às mãos de “alguém”.
E é então que se obtêm algumas respostas das muitas questões criadas pelo enredo. Algumas delas foram apenas confirmações, pois não é preciso ter uma grande imaginação para se tirar conclusões. Contudo, houveram várias que ficaram por esclarecer e mais uma dúzia delas foi deixada no ar.
Uma nova perspectiva sobre trolls é nos apresentada, mais para o final, mas quando este chega... somos confrontados com uma carnificina incrível e mortes com sabor amargo. Anders está agora desesperado. O fim chega aberto e com uma grande questão: como irá Anders sobreviver?
Rico em emoções e com uma acção indiscutível, este volume soube-me realmente muito bem e não podia estar mais curioso pela sua continuação, que será também o seu final. Há algum tempo desaconselhei a compra desta obra... retiro o que disse, pois com este terceiro volume compreendi o quão fantástico é o mundo da saga Anders.

Anders 3 - O Trono de Tiernan de Heike Hohlbein e  Wolfgang Hohlbein

 

Bom fim-de-semana e Boas Leituras!!!

Publicado por Fábio J. às 19:22

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