Tal como aqui tinha anunciado, foram apresentados na passada sexta-feira os resultados preliminares dum estudo encomendado pelo Ministério da Cultura que tinha como objectivo avaliar e concluir qual o volume de negócios no sector do livro em Portugal.
Conclusões: poucas, já que, embora com números um tanto ou quanto reveladores, continua a não haver uma verdadeira caracterização da área, com dados fiéis ao real, entre os quais continua a haver espaço para a especulação. Os responsáveis remetem para a segunda fase do estudo que, aparentemente, será mais reveladora.
De qualquer forma, o estudo afirma que o volume de negócios terá atingido 530 milhões de euros em 2006 e que, por ano são editados em Portugal, em média, 10000 títulos, correspondendo a maior parte (34,6) à literatura, linguística e língua. De acordo com o responsável pela equipa, José Soares Neves, globalmente, os investigadores detectaram, ainda como aspectos negativos no sector, a falta de conhecimento e formação profissional nas pessoas que trabalham na rede livreira.
A investigação revela ainda “que existe uma fragilidade financeira de editores de pequena e média dimensão, elevadas margens cobradas pelas distribuidoras aos editores, e que a existência de duas associações no sector dificulta a concertação de interesses do meio. Como aspectos positivos do mercado, destacaram a diversidade da oferta editorial, a entrada do capital financeiro no sector da edição, empresas cada vez mais profissionalizadas na gestão, reforço das acções de promoção e marketing, projecção internacional dos autores portugueses, a adequação às novas tecnologias e a importância da venda. (...) Ainda como situações que colocam em perigo o mercado assinalaram os baixos índices de hábitos de leitura da população portuguesa comparativamente a outros países, e a fotocópia de livros, em particular de livros técnicos.”
Resumidamente, há quem diga que afinal este mercado está longe de qualquer fragilidade e que é hora de trata-lo como qualquer outro sector de negócios. Por seu turno, o estudo vem revelar que a rede livreira tradicional é débil e que existe falta de formação profissional na área, ou seja, que há ainda muito a melhorar.
Resta esperar pela segunda fase do estudo e fazer uma reflexão sobre a forma como realmente devemos encarar este sector.