Fevereiro 01 2008
Finalmente o fim-de-semana e a pausa de Carnaval... Há que aproveitar, se possível.
Este dia, um de Fevereiro de 2008, é marcado pelos 100 anos sobre o regicídio que vitimou D. Carlos I e o príncipe herdeiro. As referências na comunicação social formam muitas, assim como as polémicas e as reacções.
Esta data faz-me pensar na possibilidade de, ainda hoje, vivermos numa monarquia. Tenho uma opinião um tanto ou quanto radical sobre este assunto, mas penso que todos nós, portugueses, reconhecemos que este foi um acontecimento muitíssimo relevante na construção do Portugal em que hoje vivemos.
Por isso mesmo, para os interessados nada melhor do que aprofundar este facto histórico e reflectir sobre a sua importância. Para isso, basta usufruir da ampla oferta editorial lançada propositadamente para assinalar a data.
Dentre a grande oferta selecciono quatro títulos. O primeiro trata-se de D. Carlos, de Rui Ramos, um livro da colecção Reis de Portugal, editada pela Temas e debates. Como o nome sugere, nesta obra podemos conhecer melhor as vontades, as qualidades e os defeitos do primeiro rei português do séc. XX, o único rei a morrer violentamente desde D. Sebastião.
E depois duma biografia, nada melhor do que uma descrição pormenorizada do acontecimento, das suas causas e das suas consequências, acompanhada iconograficamente por representações tanto daquilo que foi publicado em Portugal como a nível mundial. Refiro-me, pois, a O Regicídio, livro constituído por Memória do Atentado, de Maria Alice Samara, e O Atentado Iconográfico, de Rui Tavares, numa edição da Tinta da China.
Estando os primeiros contornos já explícitos, nada melhor do que mergulhar na conspiração que antecedeu o violento atentado. É isso que encontramos em Regicídio - A Contagem Decrescente, de Jorge Morais, um “roteiro” que nos leva pelos lugares históricos relacionados com a conspiração e nos quais os vários grupos revolucionários preparavam o fim da monarquia e a implementação da república, num texto de grande rigor historiográfico que retrata o caos de uma Nação no limiar do novo século. A edição é da Zéfiro.
Por fim, a ficção. A República Nunca Existiu, editada pela Saída de Emergência, é uma antologia de contos sobre um Portugal onde o regicídio de 1908 falhou. Esta hipótese é o ponto de partida para 14 histórias alternativas nas quais 14 autores nos apresentam uma perspectiva diferente, ou melhor, um país diferente daquele que tivemos no século XX e, consequentemente, daquele que temos hoje, marcado não pela república mas pela eterna monarquia. Um livro original e pertinente.
Parece-me uma selecção adequada e bastante interessante, tanto para aqueles que, como eu, se interessam por História como para qualquer outro português (ou não) que pretenda conhecer melhor uma realidade da nossa História Contemporânea.

A República Nunca Existiu - antologia
 
Viva o Rei! (nem que seja o do Carnaval...)
Publicado por Fábio J. às 23:27

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