Agosto 29 2009
A revista Dagon já está disponível!
A nova revista portuguesa do fantástico é fruto da coordenação de Roberto Mendes e Rita Comércio e conta com o trabalho de vários apaixonados pelo género.
Ainda não a li, mas já a recomendo.
Para acederem ao número um, basta seguirem este link [Versão Corrigida].
As vossas opiniões são esperadas no Correio do Fantástico ou no seu Fórum. Leiam e participem!
Dagon
Dagon, a nova revista do fantástico. Nº0
Boas Leituras!
Publicado por Fábio J. às 23:59
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Agosto 28 2009
Últimas aquisições épicas:
Não há bolso que resista a uma boa aventura! Maldita Promoção 2=3...
Espero que Robin Hobb corresponda às altas expectativas. Quanto a George R.R. Martin, já sei com o que posso contar…
Boas Leituras!
Publicado por Fábio J. às 23:46

Agosto 27 2009
Existem livros cujas premissas cativam mas não convencem o suficiente, por indiciarem uma história com clichés ou, simplesmente, vulgar e monótona. O Ladrão da Tempestade, do britânico Chris Wooding, parecia-me um deles. Mas as aparências iludem, e a prová-lo está a qualidade desta obra: bem estruturada, original, surpreendente e intimista.
O mote da obra é o seu próprio cenário: Orokos, a Cidade do Acaso.
No meio de um vasto oceano, existe uma cidade-ilha chamada Orokos, onde nunca ninguém conseguiu entrar e donde nunca ninguém conseguiu sair. Em Orokos existe um estranho fenómeno, as tempestades de probabilidades, que têm o poder de alterar tudo à sua passagem.
Orokos é, portanto, uma cidade com particularidades cativantes. Esta cidade é também uma ilha e, para todos os seus habitantes, todo o mundo conhecido. Para além disso, está repleta de artefactos e edifícios pertencentes a uma antiga civilização tecnologicamente avançada, os Extintos. A sua herança mais relevante é a Máquina do Caos, um mítico objecto que, de tempos a tempos, gera tempestades de probabilidades, as quais são capazes de alterar a realidade de Orokos.
Uma das vítimas dessas tempestades é Rail, um jovem ladrão cujos pulmões deixaram de funcionar. Rail, tal como Moa, vive num dos guetos da cidade. Sim, porque a cidade está dividida em vários Territórios amuralhados e é governado com tirania e opressão. A governação e as carências sociais são, aliás, elementos preponderantes nesta obra de ficção-científica. A miséria, a pobreza e as desigualdades sociais agravam-se com a perseguição da Polícias Secreta, responsável pela contenção dos insubmissos.
Estes e outros pormenores criativos sustentam um universo fantástico que vale por si próprio. No entanto, a aventura de Rail e Moa, apesar de simples, é também muito cativante. A eles, junta-se um golem em busca do seu lugar do mundo e outras personagens sobejamente bem construídas.
Na verdade, Chris Wooding conseguiu criar uma história simultaneamente simples e completa, na medida em que se socorre de inúmeros elementos fascinantes que nos mantêm entusiasmados página após página, sem se perder em descrições ou enredos cansativos. Também o facto de esta ser uma narrativa isolada deixa-me surpreso, pois estou convencido de que Orokos poderia acolher muitas outras histórias; mas também me agrada, já que a criação de outras, ou o alargamento desta, poderia prejudicar a concepção deste universo fantástico.
Há muito que não me deparava com uma narrativa de literatura fantástica que, na sua simplicidade, pudesse oferecer tanto aos seus leitores. A opinião sinal é francamente positiva e a leitura claramente recomendada.
Um autor a reler.
O Ladrão da Tempestade de Chris Wooding
Miguel Romeira, Editorial Presença, 2009
Links: Chris Wooding
Boas Leituras!
Publicado por Fábio J. às 16:05

Agosto 25 2009
Eis um texto rápido (pelo menos a priori) para destacar o livro O Nome do Vento, de Patrick Rothfuss. Já tinha lido a sinopse e outros textos e, sinceramente, não vira nada de excitante. No entanto, acabo de mudar de opinião. Talvez por a editora apresentar a obra como estando “na linha de uma Ursula K. Le Guin, de um George R. R. Martin, ou mesmo de um Tolkien”, o meu trio fantástico; talvez por saber que se trata de fantasia épica; ou talvez por ter sido seduzido pelo marketing. Seja como for, quero ler este livro!
Fica a sinopse:
Da infância como membro de uma família unida de nómadas Edema Ruh até à provação dos primeiros dias como aluno de magia numa universidade prestigiada, o humilde estalajadeiro Kvothe relata a história de como um rapaz desfavorecido pelo destino se torna um herói, um bardo, um mago e uma lenda. O primeiro romance de Rothfuss lança uma trilogia relatando não apenas a história da Humanidade, mas também a história de um mundo ameaçado por um mal cuja existência nega de forma desesperada. O autor explora o desenvolvimento de uma personalidade enquanto examina a relação entre a lenda e a sua verdade, a verdade que reside no coração das histórias. Contada de forma elegante e enriquecida com vislumbres de histórias futuras, esta “autobiografia” de um herói rica em detalhes é altamente recomendada para bibliotecas de qualquer tamanho.
É provável que esteja a criar demasiadas expectativas e a agir por um qualquer estranho impulso, mas já fui convencido, e só lendo saberei se gostarei ou não. Seja como for, aqui fica a sugestão.
A edição é da Gailivro e o livro estará nas bancas a 17 do próximo mês, com 976 páginas.
O Nome do Vento de Patrick Rothfuss
Até Breve!
Publicado por Fábio J. às 19:27

Agosto 19 2009
Michael Ondaatje é um escritor canadiano, conhecido, sobretudo, pela sua obra O Doente Inglês, distinguida com o Prémio Booker, em 1992, e cuja adaptação cinematográfica valeu 9 Óscares. Depois de meses na estante, este livro passou para a cabeceira, proporcionando-me uma leitura peculiar.
Não será correcto apontar um local, uma data ou um narrador para esta história, já que estes permutam subtilmente entre si. Contudo, o presente da narrativa, que une personagens e histórias, passa-se no final da Segunda Guerra Mundial, num mosteiro em ruínas na Toscana, Itália. Aí, uma jovem enfermeira, Hana, cuida de um enigmático homem, queimado e sem nome, contador de inúmeras façanhas e episódios. A eles juntam-se um homem de mãos ligadas, Caravaggio, e um sapador sikh, Kip. Quatro vidas unidas por uma guerra que não lhes pertence, que os encurralou e que os fez abandonar a guerra que cada um trava no seu íntimo, contra o passado ou contra o futuro, sempre contra si mesmos.
A convivência leva estas quatro personagens a partilharem memórias e segredos, reconstruindo as suas identidades há muito perdidas e, em última análise, a julgarem-se, gerando amor, ciúme e ódio. Desse modo, conseguem reflectir sobre quem são e o que fazem, quais as suas motivações e os seus medos. Em suma, encontram-se.
Trata-se de uma história ora trágica, ora comovente. O contraste entre o passado e o presente das personagens, associado à indefinição que é o futuro, fomenta a reflexão sobre a própria vida. Esse contraste é possível graças aos diversos fragmentos que compõem esta obra e às histórias secundárias que a complementam. Talvez por isso, esta não seja uma leitura simples. Não existe coesão externa e é muito fácil perdermo-nos no emaranhado de acontecimentos e episódios.
O narrador é uma figura inconstante, sendo quer mero observador, quer personagem principal, narrando na terceira ou na primeira pessoa. Por mais do que uma vez, ele pergunta-se (ou pergunta-nos) quem falava nos últimos parágrafos, de quem era a memória ou a confissão da página anterior… Um exercício pelo qual, reconheço, me deixei fascinar.
É-me muito difícil avaliar este livro. Parece-me não haver forma de focar os aspectos que me fizeram apreciar esta obra, talvez porque não sejam concretos, talvez porque a viagem psicológica das personagens seja também uma viagem íntima com o leitor. A verdade é que me senti muito bem enquanto o li, e guardo já uma certa saudade…
Em suma, este livro, mais do que outros, prova que ler é uma experiência, com tudo o que isso acarreta. Requer uma leitura atenta, mas é possível faze-lo e obter imenso prazer de cada frase e de cada detalhe do enredo.
Apetecia-me escrever muito mais e, no entanto, talvez não tenha escrito algo muito construtivo. A culpa é (também) da singularidade livro.
O Doente Inglês de Michael Ondaatje

Ana Luísa Faria, Dom Quixote (edição Biblioteca Sábado, 2008)

Boas Leituras!

Publicado por Fábio J. às 23:14

Um blog sobre livros e afins. A descongelar lentamente...
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