Depois das inúmeras críticas que li e ouvi, chegou a minha vez de comentar Crepúsculo, a obra que catapultou Stephenie Meyer para os tops literários, em todo o mundo. Desde a sua edição no nosso país pela Gailivro, em 2006, o livro tem sido objecto das mais diversas opiniões e comentários. Contudo, é certa a influência que exerceu nos leitores e no mercado livreiro.
Devido à omnipresença da história, já tinha os meus preconceitos e expectativas bem cimentados. Tentei ler do modo mais despreocupado possível, mas não me surpreendi. Com apenas alguns episódios entusiasmantes, a leitura revelou-se maioritariamente tormentosa. A verdade é que nunca estive tão perto de deixar um livro a meio.
Apesar da presença de vampiros, a obra é, sobretudo, uma… história de amor sem criatividade. A primeira metade é uma aborrecida e repetitiva, incrivelmente repetitiva, narrativa da confusa paixão entre Bella e Edward. A partir de certa altura a relação deixa de ser romântica e começa a ser patética. Sem nada de especial a ser revelado, a narradora entretém as personagens, e os leitores, com insignificâncias.
A segunda metade é mais entusiasmante, embora, talvez, ainda não o suficiente. Algumas peripécias interessantes e uma maior focalização no universo dos vampiros tornaram a história aprazível. Ainda assim, há problemas que são constantes, tais como a escrita monótona e, por vezes, ambígua e as personagens demasiado estereotipadas.
Porém, note-se que compreendo porquê que a obra é do agrado de tantos leitores, sobretudo leitoras. O romance entre a pobre rapariga e o poderoso vampiro pode fascinar. Eu, pessoalmente, acho que a autora exagerou. Como aspectos positivos, realço apenas alguns episódios bem-humorados e a existência de uma ou duas personagens com biografias cativantes.
No final, fica a sensação de que não havia qualquer história para ser contada, apenas um conjunto “comestível”, umas vezes mais difícil de ingerir do que outras, mas que me convenceu a não repetir.
Agora, já posso dizer que li e conheço a história. Já compreendo o seu sucesso. Já percebo porquê que nunca me arrebatou.

Crepúsculo de Stephenie Meyer
Vera Falcão Martins, Gailivro, 2006


Boas Leituras!