Agosto 11 2009
Depois das inúmeras críticas que li e ouvi, chegou a minha vez de comentar Crepúsculo, a obra que catapultou Stephenie Meyer para os tops literários, em todo o mundo. Desde a sua edição no nosso país pela Gailivro, em 2006, o livro tem sido objecto das mais diversas opiniões e comentários. Contudo, é certa a influência que exerceu nos leitores e no mercado livreiro.
Devido à omnipresença da história, já tinha os meus preconceitos e expectativas bem cimentados. Tentei ler do modo mais despreocupado possível, mas não me surpreendi. Com apenas alguns episódios entusiasmantes, a leitura revelou-se maioritariamente tormentosa. A verdade é que nunca estive tão perto de deixar um livro a meio.
Apesar da presença de vampiros, a obra é, sobretudo, uma… história de amor sem criatividade. A primeira metade é uma aborrecida e repetitiva, incrivelmente repetitiva, narrativa da confusa paixão entre Bella e Edward. A partir de certa altura a relação deixa de ser romântica e começa a ser patética. Sem nada de especial a ser revelado, a narradora entretém as personagens, e os leitores, com insignificâncias.
A segunda metade é mais entusiasmante, embora, talvez, ainda não o suficiente. Algumas peripécias interessantes e uma maior focalização no universo dos vampiros tornaram a história aprazível. Ainda assim, há problemas que são constantes, tais como a escrita monótona e, por vezes, ambígua e as personagens demasiado estereotipadas.
Porém, note-se que compreendo porquê que a obra é do agrado de tantos leitores, sobretudo leitoras. O romance entre a pobre rapariga e o poderoso vampiro pode fascinar. Eu, pessoalmente, acho que a autora exagerou. Como aspectos positivos, realço apenas alguns episódios bem-humorados e a existência de uma ou duas personagens com biografias cativantes.
No final, fica a sensação de que não havia qualquer história para ser contada, apenas um conjunto “comestível”, umas vezes mais difícil de ingerir do que outras, mas que me convenceu a não repetir.
Agora, já posso dizer que li e conheço a história. Já compreendo o seu sucesso. Já percebo porquê que nunca me arrebatou.
Crepúsculo de Stephenie Meyer
Vera Falcão Martins, Gailivro, 2006
Boas Leituras!
Publicado por Fábio J. às 21:55

Agosto 05 2009
Recentemente, tive a oportunidade de dedicar algum tempo à questão da ecologia, com a leitura de Dormir Nu é Ecológico. Neste livro, uma espécie de fusão entre o ensaio e o diário, Vanessa Farquharson conta-nos como é dedicar 366 dias à protecção do ambiente, abdicando de vários elementos do seu dia-a-dia e praticando acções que contribuem para um mundo melhor.
Quem pensa que este se trata de mais um livro sobre o tema, com dicas, especulações ou lições, está enganado. É sem qualquer segunda pretensão que a autora se propõe alterar o seu quotidiano de jovem jornalista canadiana e, assim, perceber por si própria o que vale ou não a pena fazer pelo planeta.
Acima de tudo, diria que se trata de um relato franco e autêntico, com o qual a autora explora o mundo da ecologia e reflecte sobre a praticabilidade e utilidade de várias atitudes verdes. Lá porque deixar de usar papel higiénico seja a opção mais amiga do ambiente, nem por isso a autora o faz, pelo menos por completo.
No entanto, faz 366 mudanças na sua vida. O número é mais do que suficiente para alterar radicalmente o seu estilo de vida e o leitor tem a oportunidade de acompanhar as consequências dessa metamorfose. Desde abdicar do carro até lavar o cabelo com vinagre, sem esquecer o uso do copo menstrual, o desligar do frigorífico, as restrições na alimentação e uma série de outros comportamentos mais ou menos relevantes, tudo me surpreendeu.
E para melhorar, a autora partilha muito mais da sua vida. Sempre com humor e boa disposição, ela relata-nos o seu dia-a-dia, mesmo as paixões, as viagens e os “pecadilhos ocasionais”. Não esconde o seu cepticismo e as suas dúvidas, por vezes, até a sua raiva, e não omite o quão difícil é resistir às comodidades da civilização moderna. Apesar disso, dá o seu melhor e, passado um ano e terminado o desafio, mantém vários dos seus comportamentos ecológicos. Afinal, proteger o ambiente é possível, mesmo com pequenas acções. Eu, pelo menos, decidi mudar alguns comportamentos.
Em suma, trata-se de uma obra original, que permite uma reflexão genuína sobre o impacto do comportamento humano no ambiente, mas que está repleta de situações caricatas e divertidas. A leitura é simples e agradará a qualquer leitor.
Quem quiser saber mais pode ainda consultar o blogue da autora, aqui.
Dormir Nu é Ecológico de Vanessa Farquharson
Alice Rocha, Editorial Presença, 2009
Boas Leituras!
Publicado por Fábio J. às 19:56

Um blog sobre livros e afins. A descongelar lentamente...
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