Hoje sofri a concretização duma realidade que sonhava encontrar só mais para a frente: o fim das férias. É o regresso à vida normal de que já me tinha esquecido. Desde o acordar cedo ao frio que encontrei na rua, para não falar nas caras que ficaram para trás, o dia foi vivido como um recomeçar da vida, pois no fundo, mais do que eu, foi a minha vida que esteve de férias... Agora é tempo de “acordar” e preparar mais uma época de vida quotidiana, esperando que corra bem e que nos aguentemos até às próximas férias.
Quem não fez férias foi A Última Feiticeira, o livro com que finalizei 2006 e que me abriu portas para este novo ano. Acabei ontem de ler a história e agora posso criticá-la com mais segurança, dando a minha opinião sobre o enredo e expressando a minha subjectividade.
Sendo o primogénito duma nova autora e o início duma promissora saga, este livro é, antes de mais, difícil de enquadrar numa categoria, pelo menos em primeiro plano. Apesar da fantasia que dá ritmo e sentido à história, através da qual descobrimos factos e personagens intrigantes que dão vida à poderosa magia que se espalha pelo enredo, podemos qualificar este livro como um absorvente e inebriante romance de época que parece real.
A história apoia-se numa base larga e forte que nos conduzirá ao longo de todo o livro. Desde o início os factos narrados são pequenas delícias que nos fazem entrar no mundo de Catelyn e na sua própria família, algo tão espontâneo que desde logo marca a excelência da obra.
Se no início “vivemos” tranquilamente ao lado de Cat e do seu mundo, quando este é invadido pelo mal, sob a forma duma personagem terrivelmente malvada e dissimulada, também nós pressentimos a desgraça e angustiamos para que ela consiga salvar o que de mais importante existe na sua vida.
É esta a guerra travada por Cat e que nos fará tremer com sensações inigualáveis. À medida que a portadora da pedra azul vai crescendo e o fim parece se aproximar, vibramos com o desenrolar da arrebatante história e sentimos cada golpe de forças. Confrontos, mortes, amores, traições, mistérios e magia desenrolam-se com uma entusiasmante fluência que não nos deixará parar até acabar o livro.
Mesmo quando a história sofre uma estranha mudança que fará mudar o enredo e a própria acção duma maneira vertiginosa descobrimos que nada acontece por acaso e que o destino é mais forte do que a vontade, mesmo sendo esta a condutora das nossas escolhas.
A obra pede para ser continuada em O Guerreiro Lobo, mas se não tem uma total conclusão, a moral e encanto da história já valem por muitas.
Sem dúvida uma excelente obra que recomendo vivamente.
A Última Feiticeira - Sandra Carvalho
Até Breve e Boas Leituras!!!