Junho 08 2007
Fim-de-semana às portas... descanso merecido. A contagem decrescente para a liberdade e descanso já começou. Dentro duma semana estarei aqui, neste cadeira, em frente a este computador a escrever um post sem pensar que devia estar a estudar para um teste ou a fazer um trabalho. Que bom!
Apesar de andar atarefado, a leitura continua a ser um momento essencial no meu dia. Mesmo com algumas falhas, a leitura de O Legado de Hastur, de Marion Zimmer Bradley, seguiu e acabou a noite passada. Este é sem dúvida um livro que me ficará na memória, não propriamente pela qualidade da narrativa e do tema (que não constituem, por si só, algo de notável) mas por um pormenor que torna o enredo bastante sui generis: homossexualidade.
Esta obra constitui o quarto volume da série Darkover publicada em Portugal, da qual já existem seis traduzidos duma série que excede os 40 volumes. Na verdade não se trata exactamente duma série. Tratam-se sim de histórias passadas em Darkover, um planeta de tamanho semelhante ao da Terra, com quatro luas, mas com algumas diferenças que não se justificam neste post, a não ser o facto do envolvimento entre rapazes ser algo natural.
O que importa é que os seus povos (dos quais os humanos descendem de homens da Terra) vivem numa sociedade medieval, na qual a existência dum império galáctico pouca importância tem. Neste livro seguimos duas personagens com especial destaque: Regis (o narrador conta-nos a sua história nos capítulos impares) e Lew (que narra na primeira pessoa as suas aventuras, nos capítulos pares), amigos íntimos e ambos possuidores de laran, o dom que permite a alguns aristocratas partilharem pensamentos.
A história começa quando Regis, herdeiro dos Hastur e consequentemente dum dos sete Domínios do Compacto, é enviado para Thendara, a cidade sede do Conselho e vizinha da Cidade do Comércio, uma das cidades terrestres em Darkover. Regis deve tomar lugar no Conselho, mesmo não tendo o seu laran activo, mas o seu sonho é entrar numa nave espacial e partir até aos limites da galáxia. Em Lew encontramos uma narrativa mais pessoal, na qual os conflitos familiares são o mote principal.
A partir da situação inicial desenrolam várias outras, como é de se esperar, mas existe pouco a destacar já que os assuntos são, normalmente, pouco aprofundados.  Acontece que um amigo de Regis, Dani, é molestado (também sexualmente) por um superior e, envolvido numa série de intrigas à volta do poder, acaba por ser enviado para casa.
Enquanto isto, Lew é enviado para o Domínio renegado, onde tem parentes, a fim resolver determinados conflitos. Aí é elucidado e percebe o quão egoísta tem sido o uso do poder pela aristocracia do Compacto. Decide, então, ajudar a sua nova família, onde encontra um amor verdadeiro, utilizando uma matriz de poder incalculável, esperando poder concentrar aí o poder laran de todo o grupo.
Numa série de complicações Regis, Dani e Lew acabam por ser feitos reféns, mas fogem, com a ajuda da amada deste último. Regis e Dani conseguem realmente fugir, e o primeiro, durante a viagem de regresso a casa descobre a razão que o fez perder o laran (tinha ficado em choque por se ter envolvido com Lew, perdendo a memória) e restabelece o seu dom.
Lew e companheira são recapturados, e então, usados como utensílios, sendo o seu poder usado pela incontrolável matriz. Num acto de coragem tentam sacrificar-se para destruição da matriz. Ela padece e ele, mesmo concretizando o objectivo (mais ou menos) perde a racionalidade,
A história acaba com o reencontro de Lew e Regis, no qual ambos reafirmam a sua amizade. Regis toma assento no Conselho e Lew parte para a Terra.
Acho que contei a história toda (não o devia ter feito) mas empolguei-me. Generalizando, esta é uma boa história, mas falta-lhe uma acção mais controlada e ritmada. As situações não deixam de ser interessantes, mas é difícil identificar qual o verdadeiro tema da história, qual o real objectivo das personagens... talvez nem estas o soubessem.
A história não esbanja frases memoráveis nem momentos fascinantes, mas consegue reter o leitor na sucessão quase novelesca dos acontecimentos. Não é um livro de grandes emoções, no entanto Bradley explora o enredo em todas as partes... o problema é serem muitas.
Bem, pelo que percebi o volume seguinte dá continuidade a esta obra e como tal pretendo lê-lo. Como referi é um livro memorável, mas acredito que Bradley possa dar muito mais.

 O Legado de Hastur de Marion Zimmer Bradley

 

Bom fim-de-semana e Boas Leituras!!!

Publicado por Fábio J. às 23:31

Acredita que eu também não acho este um dos melhores livros da autora. Acredito que, por exemplo, As Brumas de Avalon tem muito mais a dar. E não fico com má ideia da autora, longe disso. Eu gostei da história mas falta-lhe acção, e se pensas que não gostei por causa das 3 estrelas enganas-te. Eu é que ando a tentar ser mais "crítico" e não 5 a tudo.
Já estava disposto a ler a magnum opus de Bradley, mas agora que falas dela com tanto amor, tanto fascinio, fiquei mesmo curioso. Irei ler!

Realmente, a próxima semana será a última, e não tenho exames! Fico contente, quase convencido, por dizeres que transpareço maturidade, mas eu não passo dum pirralho de... 16 anos. Ando no 10º e por isso não tenho exames. Ok, podem gozar e já sei deixarão de me visitar, mas também não digo nenhuma surpresa, já que o 10º é o único ano sem exames e já tinha dito que não os tinha.
Era suposto não revelar dado pessoais aqui, para que as minhas opiniões literárias pudessem parecer o mais imparciais possiveis, mas não faz mal, acho que têm direito a saber um bocadinho sobre mim.

Bom fim-de-semana e bom estudo para os exames!!!

(mais uma vez a meter-me na conversa alheia, desculpem lá)
Crítico, posso dar-me à liberdade de te chamar tonto? lol
"Ok, podem gozar e já sei deixarão de me visitar" Achas mesmo? A idade não tem nada a ver, há pessoas mais velhas super imaturas e vice-versa. Eu já tinha "concluído" que frequentavas o 10º, talvez por visitar o blog desde o início e haver situações que reportem para isso, mas no início pensei que andavas na faculdade!
Pronto, desculpem uma vez mais..!

Podes chamar à vontade. Eu estava a ser irónico, mas a verdade é que há pessoas que se interessam pela idade dos "bloguistas", para ter em atenção a "qualidade" daquilo que escrevem.
Andar na faculdade, eu? Um dia mais tarde, não agora...

E mais uma vez, não tens de pedir desculpa, podes comentar, criticar e discutir o que quiseres aqui no blog.

Tal como mc e a crici também pensava que já andavas na faculdade, pelas expressões que usas ao escreveres. Escreves muitíssimo bem para um aluno do 10º ano. Deves ter boas notas a português, não?? Aproveita este ano sem exames, pois para o ano e para o 12º já não vais ter a mesma sorte. Estou no 11º e não está a ser nada fácil. Exame a bio geo na terça. Física e química só para Julho . Só me vou livrar disto tudo a partir de 12 de Junho. Não vejo a hora!

Já acabei "Lágrimas do Sol e da Lua". O livro foi melhorando progressivamente. Aquela opinião negativa que tinha no início do livro foi ultrapassada no meio do livro. Gostei muito do meio e fim. Especialmente do fim. Mas continuo a achar que "A última Feiticeira" é o melhor livro da saga. Vou começar agora com "O senhor dos anéis". Apesar do tempo que o estudo me vai ocupar nestes dias seguintes, ainda quero guardar um tempinho para a obra de Tolkien . Da leitura não prescindo!
pp a 16 de Junho de 2007 às 22:38

Mais uma vez sinto-me honrado pela comparação. Obrigado! E quanto às minhas notas de Português... não correspondem às minhas expectativas, mas não são más.
Bem sei que os exames não serão fáceis... até posso permanecer descansado. Boa sorte para vós que os fazeis!

Já tenho Lágrimas do Sol e da Lua cá em casa, mas decidi não começar já, e esperar estar mesmo de férias, também já não falta muito. Pelo menos a tua opinião foi positiva, já fico mais esperançado.
Quanto ao Tolkien, ando com uns problemazinhos para adquirir o Regresso do Rei - NÃO COMPREM NA FNAC!!! - mas hão de se resolver e espero tê-lo em breve.

Boa sorte e até Breve!
Fábio J. a 17 de Junho de 2007 às 23:21

Achas que iam deixar de visitar o teu blog só porque tens 16 anos! Não és assim tão novinho! Aliás ter 16 anos é quase a mesma coisa que ter18 ! E é verdade tu tens uma grande maturidade, a escrever, e eu ó perguntei a tua idade para ter a certeza que andavas no 10º e não no 7º por exemplo, pois nesse caso eras um prodígio da escrita. Mas o meu palpite é que andavas no 10º. Mesmo assim és um grande escritor, escreves muito melhor do que muitas pessoas que têm o dobro da tua idade. Podes ficar corado, ou mesmo convencido, porque é verdade . è s o meu ídolo da escrita!

Ah e não sei se me expressei mal mas o livro que eu descrevi no post anterior era "A sacerdotisa de Avalon " e não "as brumas de Avalon ", mas todos os elogios que eu fiz aplicam-se aos quatro livros que fazem parte de "As brumas de Avalon ". Nestes quatro livros é descrita a história de do famoso Rei Artur e do seu bravo cavaleiro Lancelot . aliás esse livro já foi adaptado para o cinema. No primeiro livro conta-se a história de Igreine , casada com o duque Gorlois e de quem tem uma filha. Igraine é irmã da sacerdotisa da ilha de Avalon que lhe diz que ela precisa ter um filho do Rei Supremo Uter , mas Igreine não aceita pois não quer trair o marido, mas o impensável acontece e Igraine acaba por se apaixonar perdidamente por Uter e nasce Artur o Futuro Rei supremo. A partir daqui a história acompanha vida de Artur, da sua irmã do filho que ele sem saber tem com ela, de lancelot , por quem a irmã de Artur é apaixonada. Mas lancelot por ironia do destino é completamente apaixonado.........pela mulher do rei Artur! Esta é uma história repleta de intrigas,, traições, amor, ânsia de poder! è mesmo maravilhosa, mas eu não vou contar mais nada. Os quatro livro de "as brumas de Avalon " são realmente FANTÁSTICOS . acho que devias ler. Esses e "a sacerdotisa de Avalon ". Acho que vais gostar.

mc a 9 de Junho de 2007 às 23:04

Ídolo? Fico honrado pelo conceito que me atribuis. Um dia, se escrever um livro, dedico-o a ti, por seres a primeira pessoa que me considera um ídolo. Obrigado!

De certa forma percebi que falavas nos dois títulos. Eu é que me inclinei mais para As Brumas de Avalon, por ser mais conhecido. A história que contaste deixou-me mesmo curioso... esta gosta daquele, tem um filho com o outro, casa-se com aquele. Não deixa de transparecer o lado tão novelesco que encontrei em O Legado de Hastur.
A história parece ser fantástica... está decidido, começarei a ler estes títulos logo que possa.
Só uma coisa, As Brumas de Avalon tem alguma obra que a precede? É que tenho a impressão que sim...

As Brumas de Avalon é dividida em quatro livros. O primeiro chama-se, se não me engano, "A senhora da magia", e conta, como já referi,a história de Igraine , a mãe de Artur e da irmã Morgana . O segundo, "A grande rainha" acontece depois da separação de Artur e da sua irmã, que depois se reencontram muitos anos depois, quando Artur está prestes a ser rei e acabam por ter uma relação incestuosa. O terceiro, "O veado-rei " centra-se no casamento de Artur, na paixão da sua mulher pelo seu melhor amigo, paixão essa que é correspondida. O quarto " O prisioneiro da árvore" conta a história da traição de Artur, pois ele tinha prometido algo que não cumpre o que traz grandes consequências . Mas para além destas histórias existem muitas mais, e os livros valem mesmo a pena serem lidos. Eu já conhecia a lenda do rei Artur e todos os factos que eu agora descrevi eram meus conhecidos, mas eu não conseguia tirar os olhos do livro, pois a história é muito envolvente . Lê e depois dá a tua opinião.

Ah, e eu não me vou esquecer da tua dedicatória!!!!!!!!
mc a 10 de Junho de 2007 às 20:59

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