Finalmente é fim-de-semana! Ufa! Estava a ver que não...
Hoje, logo que chego ao PC, deparo-me com as inevitáveis consequências de um novo Nobel da Literatura: o destaque nas livrarias virtuais, as páginas especiais, enfim, o habitual; e mais uma vez a Editorial Presença consegue publicar uma obra do galardoando em pouco tempo. O ano passado foi com A Vida de Nova, de Pamuk, e este ano é com O Sonho mais Doce, da premiada Doris Lessing, com lançamento marcado para o próximo dia 19. No ano anterior não sei, mas neste foi um grande golpe de sorte que ajudará consideravelmente nas vendas.
Mas este post é sobre outro livro, uma outra história que me acompanhou nos últimos dias: Goor – A Crónica de Feaglar I. Este é o primeiro livro publicado por Pedro Ventura, talvez mais conhecido na “comunidade virtual” por Sá Morais, o nome com que assina os posts dos seus blogs, nomeadamente em a Crónica de Feaglar.
Sendo uma obra de fantasia, seria de se esperar a influência de algum clássico, ou até mesmo de algum êxito internacional, mas a verdade é que Pedro Ventura consegue apresentar-nos uma história que está longe dos normais clichés do género e que prima pela originalidade. Desde logo a linguagem, a sua própria escrita, despertou a minha atenção; talvez por ser português e sentir as palavras duma maneira particular, o autor demonstra um domínio e um estilo que me agradou.
Antes de mais, devo realçar a parte física do livro: a capa não podia ser mais original, mas o que mais influencia a forma como a história é lida é a sua divisão. Não existem capítulos neste livro, quando muito três momentos diferentes, factor que nos faz continuar a leitura, sem querer parar.
Neste livro acompanhamos Feaglar, o rei de Dhorian, um dos Sete Reinos. A história passa-se num tempo conturbado, no qual as disputas políticas se alastram, lançando povos contra povos, em guerras sangrentas. Tudo isto se deve a Caliciada, a rainha dum dos reinos, que, orientada por objectivos pouco claros, vai lançando o caos e a morte.
Numa primeira fase, a história parece pouco consistente, já que os acontecimentos são pouco aprofundados e parecem não ter um grande propósito. Mas há medida que o enredo vai evoluindo e novas personagens nos são dadas a conhecer, dá-se um click e a acção multiplica-se. Cada página torna-se numa nova descoberta, deixando, no entanto, uma série de questões e mistérios por esclarecer.
Personagens ímpares, como a heroína Gar-Dena, dão um sabor especial ao enredo. Mas onde há heróis há vilões, e aqui, mesmo estes são sinal da criatividade sempre presente. É verdade que estas “crónicas” pretendem narrar a demanda em busca dum objecto especial que definirá os vencedores desta batalha, mas é na maneira como a demanda se processa que está o ponto forte da história.
Neste primeiro livro apenas nos são narrados os antecedentes e preparativos para o início da viagem até Goor e, portanto, a história sabe a pouco. Contudo, não tenho dúvidas que o próximo volume surpreenderá pela positiva e que a conclusão não desiludirá. E para isso não será preciso esperar muito já que o próximo volume, Goor - A Crónica de Feaglar II, que é também a conclusão da história, é lançado amanhã, em Viseu. Aproveitem e leiam os dois!
Resta-me agradecer ao autor, Pedro Ventura, pela simpatia em me ter proporcionado esta leitura, desejando-lhe desde já muito boa sorte para esta sua nova obra. Um grande bem-haja!

Goor - A Crónica de Feaglar I de Pedro Ventura
Bom fim-de-semana e Boas Leituras!!!
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