Novembro 06 2008
Começou hoje a viagem do elefante. O mesmo seria dizer, de uma forma mais simples mas certamente menos dedicada, que hoje foi oficialmente lançado A Viagem do Elefante, o novo livro de José Saramago.
Não posso deixar de confessar que, apesar de ainda só ter lido um livro seu (encontro-me a ler um segundo), sou fã do autor, do seu estilo. Não, não sou fã. Sou um grande admirador, o que, parecendo que não, é bastante diferente. Seja como for, mais do que nunca estou atento à bibliografia do autor. E este novo livro já está na minha estante.
Segundo Saramago, este livro, que poderia não ter sido escrito, tais foram os problemas de saúde que afectaram o autor pouco depois de o iniciar, “é uma metáfora da vida humana”. Ele explica: O “elefante [desta história] que tem de andar milhares de quilómetros para chegar de Lisboa a Viena, morreu um ano depois da chegada e, além de o terem esfolado, cortaram-lhe as patas dianteiras e com elas fizeram uns recipientes para pôr os guarda-chuvas, as bengalas, essas coisas”, referiu. “Quando uma pessoa se põe a pensar no destino do elefante (...) no fundo, é a vida de todos nós. Nós acabamos, morremos, em circunstâncias que são diferentes umas das outras, mas no fundo tudo se resume a isso.”
O livro é um novo conto histórico do Nobel português, baseado em pouquíssimos dados, e promete dar que pensar. O autor resumiu a obra:
"O livro narra uma viagem de um elefante que estava em Lisboa, e que tinha vindo da Índia, um elefante asiático que foi oferecido pelo nosso rei D. João III ao arquiduque da Áustria Maximiliano II (seu primo). Isto passa-se tudo no século XVI, em 1550, 1551, 1552. E, portanto, o elefante tem de fazer essa caminhada, desde Lisboa até Viena, e o que o livro conta é isso, é essa viagem."
Eis a sinopse:
Em meados do século XVI o rei D. João III oferece a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontra em Belém, vindo da Índia.
Do facto histórico que foi essa oferta não abundam os testemunhos. Mas há alguns. Com base nesses escassos elementos, e sobretudo com uma poderosa imaginação de ficcionista que já nos deu obras-primas como Memorial do Convento ou O Ano da Morte de Ricardo Reis, José Saramago coloca agora nas mãos dos leitores esta obra excepcional que é A Viagem do Elefante.
Neste livro, escrito em condições de saúde muito precárias não sabemos o que mais admirar - o estilo pessoal do autor exercido ao nível das suas melhores obras; uma combinação de personagens reais e inventadas que nos faz viver simultaneamente na realidade e na ficção; um olhar sobre a humanidade em que a ironia e o sarcasmo, marcas da lucidez implacável do autor, se combinam com a compaixão solidária com que o autor observa as fraquezas humanas.
Escrita dez anos após a atribuição do Prémio Nobel, A Viagem do Elefante mostra-nos um Saramago em todo o seu esplendor literário.
Eu não vou deixar de ler.
A Viagem do Elefante de José Saramago
Até Breve!

 

Publicado por Fábio J. às 22:08

Despertou-me o interesse! O único livro que li até agora do Saramago ("Ensaio Sobre a Cegueira"), gostei bastante, portanto estou curiosa por ler outras obras dele.
livros2amao a 7 de Novembro de 2008 às 17:11

Eu estou quase a acabar o Ensaio sobre a Cegueira mas, apesar de estar a gostar muito, o Memorial consegue, a meu ver, ser ainda melhor. Por isso é que esta nova obra histórica me desperta tanto a atenção. Apetecia-me começar já a lê-la!

Há quem goste e quem não goste, mas se gostaste do Ensaio aconselho-te a leitura do Memorial. É muito bom!

Boas Leituras!
Fábio J. a 7 de Novembro de 2008 às 17:55

Obrigada pela sugestão!
Por acaso tenho o livro na estante à espera de vez :) Já faltou mais...
livros2amao a 8 de Novembro de 2008 às 11:43

Já li alguns livros de Saramago : "Objecto Quase", "Jangada de Pedra", "Memorial do Convento","As Intermitências da Morte", "Pequenas Memórias" e "Ensaio sobre a Cegueira" e o que gostei mais foi, realmente, este último que li.
Agora, já comprei o novo e espero lê-lo em breve. Saramago é simplesmente genial, criativo e, principalmente, um cidadão atento e activo!
Joana Pinto a 9 de Novembro de 2008 às 16:20

Eu ainda só li dois, mas confesso que gostei mais do Memorial(...). Mas o "gostar mais" é tão relativo... é que apesar do autor ser o mesmo, o estilo é ligeiramente diferente.
No entanto, numa coisa o Ensaio(...) é melhor: a brutalidade das cenas e da linguagem, capazes de me perturbar muito e, por isso, reflectir.
Seja como for, faço minhas as tuas palavras: "Saramago é simplesmente genial, criativo e, principalmente, um cidadão atento e activo!"

Boas Leituras!
Fábio J. a 9 de Novembro de 2008 às 22:19

Já o tenho. Do Saramago li" As Intermitências da morte", o " Ensaio sobre a cegueira" e o " Ensaio sobre a Lucidez". E quero ler toda a sua obra, adoro a sua escrita e não tenho qualquer tipo de preconceito com a sua falta de pontuação. Para mim, acho que até facilita.
Menphis a 10 de Novembro de 2008 às 10:40

Eu não digo que queira ler toda a sua extensa obra, mas existem vários livros do autor que quero ler.
Já li o "Memorial do Convento", que recomendo porque adorei, e daqui a algum tempo, quando a influência do "Ensaio sobre a Cegueira" diminuir ;), lerei "O Homem Duplicado" e depois este último, "A Viagem (...)".
Quanto à pontuação, eu também acho-a bastante prática e racional. A história constrói-se com a nossa respiração, e é una e coerente.
Seja como for, o melhor mesmo é o estilo único do autor: é genial.
Fábio J. a 10 de Novembro de 2008 às 21:55

Que giro...o livro que me deu mais vontade de ler dele depois de ter lido o "Ensaio sobre a cegueira" foi mesmo o " Homem Duplicado". É que tem tudo para ser uma grande obra, tenho de ler, mas agora vou ás cavalitas do elefante para conhecer a sua obra :)
Menphis a 10 de Novembro de 2008 às 22:04

Acaba por ser uma coincidência total... nem tu leste o livro nem eu o comprei por achar que era altura certa para o ler, já que me foi oferecido. :D
Seja como for vou lê-lo dentro em breve e antes da "Viagem (...)" porque foi publicado primeiro e porque o estilo parece-me ser, pelo que li sobre ele, bastante diferente tanto do Memorial como do Ensaio. Valerá certamente a pena.
E depois virá a Viagem, e depois quiçá o Evangelho, as Intermitências, o outro Ensaio, etc, etc
Fábio J. a 11 de Novembro de 2008 às 21:11

Sem dúvida um livro a não perder. Comentei-o no meu blog, aqui (http://livrosemcriterio.eraumavezumrapaz.net/?p=191)

Cheers
Tim James Booth a 12 de Novembro de 2008 às 15:46

Bem..ofereceram-me "A viagem do elefante" ainda ontem, como prenda d Natal bem antecipada :D Já li o primeiro capitulo e estou ansiosa por acabar, mas infelizmente não tenho tempo tanto quanto gostava para "devorar" bons livros. Já li o "Memorial do Convento", o "Ensaio sobre a cegueira" e já vou a meio d "Intermitências da morte". Todos excepcionais, genuínos. Admiro imenso Saramago e acompanho minimamente de perto cada nova obra que ele vai lançando.
beijo
boa leitura :)
Débora Silva a 22 de Novembro de 2008 às 12:05

Eu neste momento estou a ler "O Homem Duplicado". Bem, a verdade é que ainda só li um capítulo, mas bastou para me despertar muito interesse. Saramago tem esta capacidade: arrebatar o leitor com meia dúzia de palavras.
Espero ler "A Viagem do Elefante" ainda antes do Natal... estou ansioso.

E concordo plenamente com o que escreves: tudo o que até agora li do autor foi excepcional e, creio, genuíno. Admiro este excelente contador de histórias e pretendo ler mais e mais obras suas, para meu deleite.

Boas Leituras! ;)
Fábio J. a 23 de Novembro de 2008 às 22:03

infelizmente ainda não li o ensaio sobre a cegueira, mas quer o homem duplicado, quer o memorial do convento quer o intermitências da morte (que aliás acabei ontem) são exemplos de livros que provam, mesmo o mais céptico, o valor do nosso Nobel cuja escrita, sendo inconfundível, é mais do isso: é genial.

para um estudo sobre o estilo creio que o intermitências da morte é expoente máximo, e aconselho-o vivamente a quem não o leu. aproveitem que no continente tem um desconto de 30%
André Silva a 6 de Dezembro de 2008 às 14:49

Agora que acabei O Homem Duplicado irei ler a Viagem do Elefante, que já está na estante. Contudo, pretendo ler mais livro de Saramago, pois adoro o estilo e a estrondosa maneira como narra as suas histórias. O Ensaio sobre a Lucidez, As Intermitências da morte, que recomendas, e O Evangelho segundo Jesus Cristo são alguns dos que mais interesse me despertam. A ler num futuro próximo.

E quanto ao estilo, eu achei que O Homem Duplicado mostrava muito bem o estilo de Saramago. Se as Intermitências o fazem ainda mais, fico ainda com mais vontade de ler o ler.

Obrigado pelo comentário.
Boas Leitutas!
Fábio J. a 8 de Dezembro de 2008 às 19:07

Ola.... a fzer uma pesquisa no google sobre este livro do Saramago (que estou a ler), encontrei o teu blog. eu tenho uns 12/13 livros dele. tnh intenções de os ler todos, a ver vamos... o meu preferido foi o Ensaio sobre a Cegueira - é soberbo. mas o Memorial é lindo, o Homem Duplicado surpreendente, a História do Cerco de Lisboa é uma história dentro da história, o Evangelho segundo Jesus Cristo tem Jesus como eu o vejo - uma pessoa como eu, o Levantado do chão faz todo o sentido - era o celeiro, no Estado Novo, certo?, as Intermitências da Morte - a morte uma personagem? mulher?, e o Ensaio sobre a Lucidez e os seus votos em branco e o Ano de 1993 em que eu relia as frases e olhava as imagens e procurava descortinar o sentido e a segunda vida de Francisco de Assis, uma peça de teatro, o primeiro que li e, finalmente, dos que li, Pequenas Memórias - íntimo, onde se escreve. gosto da maneira de escrever do autor. como se falasse connosco, mas muito crítico, muito próprio. esta viagem do elefante de lisboa a valladolid que estou a ler agora está a ser deliciosa... a ver vamos.já tenho o Jangada de Pedra a aguardar vez. depois deste e do novo do Lobo Antunes. bj
MalucaResponsavel a 8 de Dezembro de 2008 às 01:07

Eis uma grande leitora de Saramago. O meu objectivo é fazer um percurso semelhante, pois adorei o que até agora li.
Deixa-me dizer que o teu comentário parece reunir tópicos gerais de cada livro capazes de me causar bastante curiosidade. Para já lerei a Viagem do Elefante e depois logo se verá. Mas que é para continuar, isso sim.

Obrigado pelo comentário e continua com as tuas leituras.
Até Breve!
Fábio J. a 8 de Dezembro de 2008 às 19:33

Não resisto a comentar porque é precisamente o livro que estou a ler neste momento. Ainda não cheguei a meio e não posso dizer que esteja a ser o meu favorito dentro dos do Saramago, mas Saramago é sempre bom. E pode ser que, até ao fim, ainda surja uma grande surpresa.
O Memorial é A OBRA de Saramago (em meu entender, claro!), mas imperdíveis são também os 2 Ensaios, As Intermitências (delicioso), Todos os Nomes....
E A Caverna é um livro que eu aconselharia a qualquer pessoa.
Tenho muita curiosidade n'A Jangada de Pedra, no Levantado do Chão e principamente n'O Ano da Morte de Ricardo Reis. Talvez sejam os próximos.
Parabéns pelo blogue
Um abraço
Nêta
Nêta a 16 de Janeiro de 2009 às 23:41

Este é o próximo livro que lerei. Aliás, espero começar amanhã e estou bastante curioso.
Dos três livros que até agora li, do autor, O Memorial do Convento é, sem dúvida, aquele que mais gostei, talvez por ser histórico, daí o meu interesse por esta Viagem.
Quero continuar a ler obras do autor, a meu ver um grande escritor. Dentre as que refere realço o Ensaio sobre a Lucidez e As Intermitências da Morte... espero lê-las em breve!

Obrigado pela visita!
Boas Leituras!
Fábio J. a 19 de Janeiro de 2009 às 21:45

Pessoalmente sou admirador do nobel português, já li o memorial do convento, ensaio sobre a cegueira e evangelho segundo Jesus Cristo.
Adorei todos, mas o evangelho e sem duvida uma obra de arte, caracteriza Jesus de uma forma mt humana, e com uma irreverencia fantastica...
Estou ansioso por ler este ultimo livro dele, espero que mantenha ou supere a genialidade e qualidade dos outros livros
daniel a 10 de Fevereiro de 2009 às 17:35

Eu também me considero um admirador deste grande escritor português.
O Evangelho é, definitivamente, dos que mais interesse me desperta, mas normalmente não é dos mais mencionados pelos visitantes deste blog. Fico bastante satisfeito com a tua opinião.
Este último livro é bastante bom, um pouco diferente na essência do que até agora li, mas muito bom e interessante. É um leitura bastante plena que certamente não te desiludirá.
Fábio J. a 14 de Fevereiro de 2009 às 20:11

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