Foram hoje apresentados os
nomeados para os Óscares. O destaque vai para
O Estranho Caso de Benjamin Button, com 13 nomeações. O argumento basea-se no conto do norte-americano F. Scott Fitzgerald, publicado em 1992 e recentemente editado no nosso país, pela Editorial Presença.
Tive oportunidade de ler a publicação, com apenas 75 páginas, e fiquei satisfeito. A comparação com a adaptação cinematográfica não vale muito já que foram várias as modificações na acção.
A ideia para este história terá surgido com a constatação de que a melhor parte da vida é no início e a pior no fim. Benjamin Button é, no entanto, uma excepção, já que nasceu com aspecto e mentalidade de um homem em fim de vida e caminhou, ao longo do tempo, para o dia de nascimento.
Na génese deste conto publicado pela primeira vez em 1922 terá estado, segundo F. Scott Fitzgerald, uma observação de Mark Twain em que o escritor lamentava que a melhor parte da vida fosse ao início e a pior no fim. Assim nasceu Benjamin Button, mas, como o leitor poderá começar a adivinhar, para grande desgosto e estupefacção de todos os envolvidos, o «pequeno» Benjamin vem ao mundo com a aparência, o tamanho e as peculiaridades de um homem de 70 anos… O Estranho Caso de Benjamin Button inspirou uma adaptação ao grande ecrã.
Neste conto, vemo-nos a par com o “crescimento” do jovem Button num mundo onde a aparência e os dogmas sociais estão acima da própria essência biológica e moral humana. A vida revela-se, como sempre, um desafio, mas um desafio ainda maior por se tratar da luta de um só homem, contra todos, contra tudo, contra o tempo.
Como é previsível, não existem descrições ou desenvolvimentos que me permitam melhor comentar o espaço da acção ou o estilo do autor, mas, ainda assim, vale a pena destacar o sentido simultaneamente trágico e cómico da situação e a crítica um tanto ou quanto irónica da sociedade americana do final do século XIX.
Trata-se de uma história bastante peculiar e intrigante, narrada em tom directo mas com grande subtileza, capaz de nos fazer pensar e discutir quanto vale o carinho daqueles que nos são próprios, as mudanças, constantes e sempre perturbadoras, e a vida, inevitavelmente fatal.
É um conto. É surreal. É original. É o estranho caso de um velho bebé chamado Benjamin.
O Estranho Cado de Benjamin Button de F. Scoot Fitzgerald
Estranhas Leituras!