Este blog tem 3 anos. E três anos, especialmente na Internet, é muito tempo. A blogosfera mudou, o universo virtual português revolucionou-se e a discussão sobre livros, bem, é outra coisa. Para além do blog, o autor também cresceu e envelheceu. O Crítico de hoje não é O Crítico de há três anos, e as suas motivações, as minhas motivações, são outras.
Entristece-me pensar no tempo que passou e no que era, que já não é. Há três anos, eu tinha tempo e uma grande vontade de partilhar opiniões. Havia espaço na blogosfera e pessoas que não gostavam apenas de livros, de editoras, de autores ou de notícias, mas de ler e de se perder numa história mais ou menos boa, mais ou menos premiada. Há três anos o mundo era outro, e as circunstâncias também. Talvez fizesse sentido criar um blog sobre livros. Talvez faça sentido acabar com um blog sobre livros.
Continuo a ler, e a adorar ler, e continuo a querer partilhar opiniões, mas quando existem outras prioridades não consigo estar aqui presente. E poderá manter-se um blog com um ou dois textos por mês? A verdade é que continuo a ter visitas e comentários, o que, aliás, me mantém aqui, mas sempre disse que só manteria o blog, e passo a citar, “enquanto não for um espaço decadente”.
Não leio, actualizo, critico ou respondo a comentários suficientemente rápido. O tempo está contra mim, e a tendência é piorar.
Por essa razão, agradeço imenso, e muito sinceramente, a todos os que por aqui continuam a passar. Vou esforçar-me para manter o espaço vivo, talvez por teimosia, talvez por que já não consigo livrar-me dele.
Este blog deixou de ser um bebé, e é agora uma pequena criança. Ou me adapto à realidade, ou desapareço.
Soprem as velas… são três.