Num mundo em constante mudança e evolução, todos os pormenores da sociedade têm de galgar os degraus calcados pela humanidade e modernizar-se, para que continuem integrados e a cumprir as suas funções. Durante séculos o livro evoluiu, nomeadamente a sua parte física, seja o papel, a capa ou a caligrafia, pequenos passos de aperfeiçoamento... Agora, talvez seja necessário dar um salto a fim de alcançar um novo patamar, tal como aconteceu com o aparecimento do livro impresso.
Por um lado, existem os audiobooks, histórias que podemos ouvir no carro, na praia, na tranquilidade do nosso quarto, seja a partir de um leitor de CD’s, dum Mp3 ou até dum GPS. Este é um suporte que ganha adeptos, mas no qual pouco se aposta.
Comparativamente existe o mercado dos e-books, que não chega a ser um mercado, já que na grande maioria das vezes os textos são distribuídos gratuitamente, normalmente pela Internet. A maioria corresponde a livros antigos ou institucionais que há muito perderam os direitos de autor. Muitos deles são, por isso, pouco aliciantes.
Existem sempre aquelas pérolas que podem ser úteis, como os poemas de Florbela Espanca, a obra de Camões ou Jane Austen (só para dar umas “luzes”), bem como muitos, muitos outros clássicos portugueses e internacionais. Mas e a actualidade?
Bem, hoje em dia começam-se a dar os primeiros passos no sector e já existem autores a disponibilizar os títulos em formato digital pouco depois de serem lançados. Mas o número é ainda inexpressivo já que ninguém quer abdicar dos direitos de autor ou colocar o texto em formato digital à venda, já que é ainda pouco seguro e pouco lucrativo, atitudes que, portanto, se compreendem.
Em Portugal, numa iniciativa inédita, foi recentemente colocado à disposição do público
O Futuro à Janela, uma obra publicada em 1991 da autoria de Luís Filipe Silva. A obra, composta por uma colectânea de contos, venceu o Prémio Caminho de Ficção Científica, um dos mais prestigiados para obras originais em língua portuguesa do género fantástico, e é agora disponibilizado gratuitamente para leitura e divulgação no site do autor,
TecnoFantasia, podendo ser
descarregado.
Esta é, sem dúvida, uma boa notícia e quem sabe outros autores não seguirão a iniciativa tornando este sector cada vez maior e, o mais importante, repleto de boas obras.
A indústria do livro afirma que não é inimiga do e-book, já que reconhece que a maioria dos leitores não trocaria o prazer que um livro tradicional proporciona, enquanto objecto, pela frialdade de um digital. Bem, recentemente um fabricante de ebookman's apresentou um novo aparelho que, supostamente, consegue imitar as principais características dum livro convencional, mas um livro convencional será sempre (pelo menos por agora) um verdadeiro livro.
Seja como for, a opinião é unânime: o importante é ler, divulgando conhecimentos e culturas, dando novos mundos ao mundo, mudando mentalidades.
Para aqueles que quiserem dar o primeiro passo deixo aqui a referência ao
Projecto Gutenberg, fundado pelo homem que há 36 anos colocou o primeiro livro digital na Internet. Hoje, cerca de 3 milhões de livros (
audiobooks ou
e-books) são descarregados, mensalmente, neste portal.
O futuro está cada vez mais perto!
Boas Leituras, pois afinal, ler será sempre ler!!!