Sei que o blog tem estado desactualizado, mas digamos antes que esteve de férias... Férias que, já agora, não demorarão muito a acabar, para todos nós. Estive há pouco, só por curiosidade, a ver o calendário escolar do próximo ano e acabei por me deparar com a nova Reforma do Ensino Secundário. Se há coisa que este Ministério não se cansa de fazer são reformas: é bom sinal, já que se espera que sejam para melhor. O problema é serem tantas (sinal de que muito anda mal) e contraditórias entre si (sinal de não andam a resultar). E o pior, como alguém disse, é que para os de agora aprenderem melhor os de antes passam a não saber nada...
Mas enquanto as férias duram é possível prestar atenção a outras coisas, tal como fiz esta tarde, ao acabar o Senhor dos Anéis. A história em si conclui-a antes, mas só hoje li os últimos apêndices.
O segundo volume revelou-se um pouco mais interessante do que o primeiro, mas o Regresso do Rei supera-os. Neste último volume a acção é contínua, o suspense maior e as surpresas, que tanta falta faziam (e que eram poucas devido aos filmes), estão em muito maior número e mais deslumbrantes.
Como seria de esperar a narrativa continua onde havia parado, e mais uma vez está dividida em dois livros, sendo primeiramente descritas as decisivas batalhas dos grandes exércitos e depois a aventura de Frodo e Sam. Contudo, ambas acabam por se unir, já que afinal tudo e todos estão dependentes do mesmo: o destino do Um Anel.
Cada vez mais separados, os membros da Irmandade começam a cumprir novos propósitos, arriscando tudo e deparando-se com difíceis escolhas. Meriadoc com Rohan, Pippin e Gandalf com Gondor, Aragorn, Legolas e Gimli pelo Caminho dos Mortos: todos na mesma batalha, todos na derradeira luta contra a Sombra.
Enquanto isso, Sam volta a mostrar de que é capaz um hobbit, revelando-se fundamental nesta batalha, fiel e detentor duma força sem a qual o portador do Anel não resistiria. A jornada destes dois hobbits é incrível, mas mesmo entre a dor, a fome e a sede a esperança continua.
Eis que o Anel é destruído, e com ele Sauron, o grande Mal que atacava a Terra Média. Por fim o objectivo é cumprido, numa luta em que cada um exerceu o seu papel.
Mas a história não acaba aqui (ao contrário do filme), e muito de novo é contado. O povo volta a ter um Rei e uma nova Era abre-se aos Homens. Ao regressar a casa, depois destra estranha e difícil viagem, os quatro hobbits mostram que mudaram durante esta e que agora qualquer desafio está pronto a ser ultrapassado.
Resta dizer que o livro contém ainda pouco mais de 100 páginas de apêndices onde Tolkien nos conta alguns pormenores contextuais à história, bem como algumas notas sobre a Terra Média, as suas Eras, os seus povos e as suas línguas, o que não deixa de ser interessante
No entanto, continua a haver um fim. O fim duma Era, dum povo, duma história. E numa história como esta, avassaladora e inigualável, o fim não pode ser descrito, pois é um momento único para o leitor.
O último livro da Trilogia, uma leitura fundamental.
O Senhor dos Anéis - O Regresso do Rei de J. R. R. Tolkien
Até Breve e Boas Leituras!!!