Agosto 13 2007
Sei que o blog tem estado desactualizado, mas digamos antes que esteve de férias... Férias que, já agora, não demorarão muito a acabar, para todos nós. Estive há pouco, só por curiosidade, a ver o calendário escolar do próximo ano e acabei por me deparar com a nova Reforma do Ensino Secundário. Se há coisa que este Ministério não se cansa de fazer são reformas: é bom sinal, já que se espera que sejam para melhor. O problema é serem tantas (sinal de que muito anda mal) e contraditórias entre si (sinal de não andam a resultar). E o pior, como alguém disse, é que para os de agora aprenderem melhor os de antes passam a não saber nada...
Mas enquanto as férias duram é possível prestar atenção a outras coisas, tal como fiz esta tarde, ao acabar o Senhor dos Anéis. A história em si conclui-a antes, mas só hoje li os últimos apêndices.
O segundo volume revelou-se um pouco mais interessante do que o primeiro, mas o Regresso do Rei supera-os. Neste último volume a acção é contínua, o suspense maior e as surpresas, que tanta falta faziam (e que eram poucas devido aos filmes), estão em muito maior número e mais deslumbrantes.
Como seria de esperar a narrativa continua onde havia parado, e mais uma vez está dividida em dois livros, sendo primeiramente descritas as decisivas batalhas dos grandes exércitos e depois a aventura de Frodo e Sam. Contudo, ambas acabam por se unir, já que afinal tudo e todos estão dependentes do mesmo: o destino do Um Anel.
Cada vez mais separados, os membros da Irmandade começam a cumprir novos propósitos, arriscando tudo e deparando-se com difíceis escolhas. Meriadoc com Rohan, Pippin e Gandalf com Gondor, Aragorn, Legolas e Gimli pelo Caminho dos Mortos: todos na mesma batalha, todos na derradeira luta contra a Sombra.
Enquanto isso, Sam volta a mostrar de que é capaz um hobbit, revelando-se fundamental nesta batalha, fiel e detentor duma força sem a qual o portador do Anel não resistiria. A jornada destes dois hobbits é incrível, mas mesmo entre a dor, a fome e a sede a esperança continua.
Eis que o Anel é destruído, e com ele Sauron, o grande Mal que atacava a Terra Média. Por fim o objectivo é cumprido, numa luta em que cada um exerceu o seu papel.
Mas a história não acaba aqui (ao contrário do filme), e muito de novo é contado. O povo volta a ter um Rei e uma nova Era abre-se aos Homens. Ao regressar a casa, depois destra estranha e difícil viagem, os quatro hobbits mostram que mudaram durante esta e que agora qualquer desafio está pronto a ser ultrapassado.
Resta dizer que o livro contém ainda pouco mais de 100 páginas de apêndices onde Tolkien nos conta alguns pormenores contextuais à história, bem como algumas notas sobre a Terra Média, as suas Eras, os seus povos e as suas línguas, o que não deixa de ser interessante
No entanto, continua a haver um fim. O fim duma Era, dum povo, duma história. E numa história como esta, avassaladora e inigualável, o fim não pode ser descrito, pois é um momento único para o leitor.
O último livro da Trilogia, uma leitura fundamental.

O Senhor dos Anéis - O Regresso do Rei de J. R. R. Tolkien
Até Breve e Boas Leituras!!!
Publicado por Fábio J. às 22:56

Maio 25 2007
Esta semana realizou-se uma pequena feira do livro na minha escola, mais uma entre as várias que este ano já se realizaram. Provavelmente foi a última deste ano lectivo, mas posso afirmar que pelo menos a minha escola cumpriu o seu papel, no que toca ao incentivo à literatura.
Não comprei nada, até porque a variedade era pouca e muito inclinada para a ficção conspirativa, com bastantes Dan Brown’s. A par com isto, comecei com o último livro que me esperava na prateleira, O Legado de Hastur, uma vez que acabei O Senhor dos Anéis – As Duas Torres há alguns dias.
Este último livro lido foi de leitura agradável. Vi-me, até, a lutar contra o sono e contra o tempo para conseguir ler determinadas partes da obra, tal era o meu interesse. Não digo que tenha ficado realmente encantado com a narrativa, pois tal como no antecessor existem aqui poucos momentos de real descoberta, contudo, como existem e como houveram momentos de entusiasmo e surpresa a minha opinião sobre a trilogia melhorou.
Um ponto de fundamental referência quanto à obra é o facto desta estar dividida em duas histórias paralelas, diferentes mas que ocorrem simultaneamente. Locais diferentes, heróis diferentes, objectivos e acontecimentos diferentes dão corpo às histórias que naturalmente estão intimamente relacionadas. Se tivesse de escolher uma, e apesar de ter “defendido” os hobbits em A Irmandade do Anel, escolheria a primeira parte.
A história começa com a desagregação da Irmandade, e acabamos por seguir Aragorn, Legolas e Gimli na sua busca pelo hobbits raptados. É a partir desta incessante busca que tem início a história, e com ela as novidades. Se no primeiro volume da trilogia os pormenores diferentes do filme eram bastante interessante, neste continuam a sê-lo até porque, arriscaria dizer, as diferenças são substancialmente maiores.
Gostei bastante dos acontecimentos relacionados com os Ents e a guerra no Abismo do Elmo (que indubitavelmente perdem pontos no filme), mas foi a queda de Saruman que realmente me espantou e entusiasmou. É daqueles capítulos que nos ficam na memória...
Pouco acontece depois destes acontecimentos e o resto fica para contar no próximo volume, uma vez que seguiu-se a segunda parte do livro, aquele na qual nos é descrita a aventura de Frodo, Sam e, mais tarde, Sméagol. Aqui a narrativa dedica-se mais à aventura pessoal de Frodo e aos seus conflitos internos. É uma descrição bastante rotineira, daí não ter o mesmo interesse que a primeira parte, mais viva.
Mesmo assim continuo a achar piada aos hobbits e gostei de vê-los contornar os seus obstáculos. Se me é permitido dizê-lo, acho Frodo um pouco “lento”. Ainda bem que ele tem lá o Sam, com a sua impulsividade! O final prova isto que estou a afirmar.
Generalizando, não posso deixar de dar os meus elogios à obra, continuando a afirmar que é mais estimulante que a antecessora. Agora resta-me ler O Regresso do Rei e esperar que seja, no mínimo, tão bom como este livro.

O Senhor dos Anéis - As Duas Torres de J. R. R. Tolkien

Bom fim-de-semana e Boas Leituras!!!
Publicado por Fábio J. às 22:47

Abril 27 2007
Já é tarde, quando faço este post. E estou cansado. Cansado do dia, da semana, em enfim, cansado... Contudo existe uma história que percorre a minha mente e lhe dá vivacidade. Esta tarde, estive a ver uns pormenores já esquecidos de A Última Feiticeira e a ler O Guerreiro Lobo. Desde que o fiz, a história não me sai da cabeça... É como se estivesse ligado ao livro. Uma sensação estranha mas fantástica.
São este tipo de sensações que nos fazem gostar mesmo, ou não, duma obra literária. É lógico que há outros factores, mas este parece-me fundamental.
À medida que fui lendo A Irmandade do Anel, fui descobrindo subtis sensações deste tipo, contudo, estas não passaram de ténues sentimentos. Talvez tenha sido por já conhecer a generalidade da história e por a surpresa se resumir a recônditos pormenores que não chegaram ao filme. Muito do encanto reside nos pormenores, e eu também me encantei!, mas saber por onde seguirão as personagens, qual será a próxima paragem e quem morrerá no capitulo seguinte é, no mínimo, pouco misterioso.
Desde logo fixei-me na vida dos estranhos hobbits. Foi, talvez, a parte mais interessante, aquela em que me senti realmente um novo viajante da Terra Média, que descobre os seus mistérios aos poucos. Redescobrir Frodo e restantes hobbits foi curioso, e a sua longa viagem, até Bree, revelou-se uma grande novidade, talvez por os acompanhar de tão perto, como se fosse um deles. São vários os acontecimentos que se dão nessa viagem, e alguns realmente surpreendentes. Tom Bombadil é uma dessas surpresas, uma personagens até então desconhecida e que me deixou intrigado.
Quando os hobbits passam a caminhar com a Irmandade a narração passa a explorar outras áreas e torna-se, a meu ver, um pouco mais fria. As trevas assombram o grupo mas é a frieza dos seus elementos que mais se acentua. Nem a beleza de Lórien consegue dar um entusiasmo eficaz à história. Possivelmente a história também não tenta captar o entusiasmo, e percorre outros caminhos, mas acredito que o filme vem prejudicar leituras posteriores do livro.
Palpitei com a quase morte de Frodo, os perigos quase fatais que afectaram o grupo e as conversas agitadas das personagens, mas nem a morte de Gandalf me proporcionou grande entusiasmo.
Fica a ganhar devido aos hobbtis, ao incrível Tom Bombadil, a Bree, aos orcs de Mória e às palavras ditas em Lórien e no final. No geral, continua a ser um bom livro pelo óptimo enredo e pela fantástica criação.
Gostei de ler o livro, embora esperasse um pouco mais. Comparando com O Hobbit, a aventura de Bilbo foi-me muito mais interessante, mas mais uma vez digo que o filme pode (e deve) ter influenciado a minha opinião.
Mesmo assim, O Senhor dos Anéis – A Irmandade do Anel é uma obra incomparável e que continuarei a seguir.

O Senhor dos Anéis - A Irmandade do Anel de J. R. R. Tolkien

 

Para vós, um Bom fim-de-semana e Boas Leituras!
Publicado por Fábio J. às 23:22

Abril 17 2007
Acabei esta tarde de ler o livro I da história de O Senhor dos Anéis. Não o primeiro volume, digamos assim – A Irmandade do Anel – mas sim uma das seis partes em que se divide a história. Vendo bem, não sei que parte salientaria. A história já não me é estranha, graças aos filmes, contudo, tanto devido às diferenças lógicas de apresentação como às reais diferenças na história, que até são bastantes, continua a ser uma leitura interessante e com surpresas.
Comecei a ler esta trilogia, provavelmente, por gostar da história que anteriormente conheci e o mesmo talvez se passe com uma outra obra de J. R. R. Tolkien que hoje é lançada: Os Filhos de Húrin.
A Tolkien Gateway refere que “o lançamento deste livro marca um momento histórico” na História da Terra-Média, e certamente não se engana. Já apresentada em O Silmarillion e em Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média este livro propõe-se narrar esta bela e simultaneamente trágica história sobre Túrin, filho de Húrin. Christopher Tolkien diz que “quando O Senhor dos Anéis estava terminado, ele [o pai] escreveu-a de novo, fê-la crescer grandemente em complexidade: ela tornou-se a história dominante no seu trabalho final sobre a Terra Média”.
Tal como já aqui referi, esta história passa-se muito antes dos tempos de O Senhor dos Anéis, na Beleriand, para lá dos Portos Cinzentos. Nesse tempo, Morgoth atormenta o mundo e guerreia os homens, e para se vingar de um deles, Húrin, o homem que ousou desafiá-lo e zombá-lo na sua própria face, amaldiçoa os seus filhos.
Contra eles, enviou o seu mais formidável servidor, Glaurung, um poderoso e corrompido dragão de fogo. Nesta história de conquista brutal e evasão, de esconderijos em florestas e perseguição, de resistência apesar do desespero, o Senhor Negro e o Dragão revelam-se de forma sombriamente articulada. Sardónico e trocista, Glaurung manipulou os destinos de Túrin e Niënor com mentiras e astúcia e falsidade diabólica. No fim, a maldição de Morgoth foi cumprida.
Da autoria do mestre e com edição do seu filho esta promete ser uma renovada e apaixonante obra, indispensável aos fiéis leitores do escritor.
Resta dizer que esta obra é ilustrada por Alan Lee, com trinta ilustrações a preto e branco e oito imagens a cores, e contem vários complementos como genealogias, mapas, listas de nomes e outras notas editoriais sobre a história.
89 anos depois de ser iniciada, esta história é finalmente publicada como uma obra singular. Não saberemos se poderá voltar a ser publicado outro livro assinado por Tolkien e por isso é necessário assinalar este dia, o dia em que um dos maiores escritores do século XX volta a estar nas bancas.
Eu lerei!
 

Os Filhos de Húrin de J. R. R. Tolkien

Até Breve e Boas Leituras!!!
Publicado por Fábio J. às 17:23

Abril 01 2007
Tinha planeado começar o post de hoje com alguma mentira, devido ao dia, mas não me lembrei de nenhuma que merecesse a exposição. Para além disso estou cansado e um pouco enraivecido por causa de desavenças com o meu PC. Mas nada de grave. A hora também não deve ajudar.
Mas como hoje começa um novo mês, que certamente trará novidades, é altura de dar o inquérito do blog por concluído e fazer a sua análise. Devo dizer que este mês fiquei surpreendido com os resultados, e pela forma como estes foram se apresentado ao longo do mês.
Colocava uma simples afirmação e esperava que os visitantes do blog a completassem de acordo com a sua opinião. O ponto inicial era simples: “Um livro, um ponto forte na Literatura”.
Como não podia deixar de ser o livro mais vendido e mais lido da história tinha de estar presente. Refiro-me, pois, à Bíblia, o pilar duma das maiores religiões do nosso tempo e certamente a mais influente. Este livro criou crenças, influenciou pessoas e povos, gerou guerras e foi elevado a símbolo de paz. Com parábolas, metáforas e um fundo histórico, este livro abriu as portas a novas mentalidades.
Mas talvez a Bíblia não tenha uma influência tão grande na literatura, embora a tenha na História. Outro livro que também usa um fundo histórico para criar ficção são Os Lusíadas, esta obra que simboliza Portugal. Confesso que acho esta narração épica fantástica, a todos os níveis. Mesmo morto, Camões merece os parabéns por ter criado a obra com a estrutura que tem e, ainda mais importante, com uma coerência e beleza fascinantes. É um marco na literatura portuguesa e muito dificilmente haverá obra igual.
No entanto, os tempos evoluem e séculos mais tarde as mentalidades são outras. É altura de criar algo de revolucionário. É altura de desenvolver a ficção e criar a Fantasia, e não há obra mais influenciadora do que a trilogia d'O Senhor dos Anéis, nesta área. Quanto são os títulos que apelam a referências ao mestre, nas suas capas? Quantas são as obras que incluem elfos, anões, orcs e outros seres da mitologia tolkiana? Muitos, garanto eu.
Apesar de tudo, existem fenómenos incríveis. Veja-se Harry Potter, uma saga que já vendeu mais de 300 milhões de cópias no nosso mundo globalizado. Esta série influenciou à leitura e não é raro ver jovens dizerem-se fãs da saga. Fãs de obras literárias! Haverá prova mais significativa do que estes livros representam. E também já vi muitos livros que apelam à magia e feitiçaria...
E falar de fenómenos literários é falar também de O Código da Vinci, uma das obras mais polémicas e imitadas do mundo. Já não é novidade quando vemos obras que invocam conspirações religiosas e símbolos perdidos nas nossas livrarias. Foi um estilo que se criou, disso não tenho dúvidas, e que demorará a se desvanecer.
Os visitantes escolheram Os Lusíadas como o ponto mais forte na literatura. É sem dúvida um marco incontornável na escrita portuguesa e uma verdadeira lição ao mundo inteiro, tanto da capacidade portuguesa, como da sua fantástica História.
Existem livros... e livros, mas nem todos são iguais. Há que reconhecer que uns criam estilos ou modas, outros influenciam nações e modificam a história. É este o poder dum livro e é o poder que devemos que devemos respeitar.
____________________________________

Um livro, um ponto forte na literatura:

 

16.31% Bíblia
24.82% Os Lusíadas
19.85% O Senhor dos Anéis
24.11% Harry Potter
14.89% O Código Da Vinci

 

Total: 141 respostas

 

Até Breve e Boas e marcantes Leituras!!!

Publicado por Fábio J. às 23:59

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